quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um Homem e Um Deus

O Trecho abaixo foi extraído isoladamente do capítulo 31 do meu livro (nome ainda não divulgado), página 247.


(...)


- Preciso voltar - disse o oponente. - Você terá duas opções assim que passar pela porta. Se for sábio e humilde, sairá com vida, e garantirá o mesmo direito aos seus aliados. Se for prepotente e arrogante, como aparenta ser, estará arruinado, e seus amigos serão destroçados em campo de batalha. Pense bem, bardo, o futuro deles está em suas mãos.

'Campo de batalha?' Bartolomeu pensou. 'Ele sequer faz questão de esconder sua intenção? Pretende mesmo lutar?' Aquele pensamento ameaçou abalar seu equilíbrio mental, mas ele brevemente tratou de se acalmar. O cavaleiro desapareceu, consumido pelo portal surgido no broche.

Encarou a porta por alguns instantes. Ficou imaginando como o Paladino devia ser. Não conseguia formar uma imagem clara na cabeça. Convenceu-se de que havia de ser um homem como qualquer outro, mas com um belo escudo e uma imponente espada. Mesmo que sua idade fosse incerta, sabia que ele já estava em Arkandur há mais de duzentos anos, então não podia esperar menos que uma aparência de um ancião, daqueles que tem cara de sábio. Esperava encontrar apenas um homem, que por mais importante que fosse, era nada mais que um mortal, assim como ele. Não podia deixar que a alcunha e a história daquele líder religioso o intimidassem. Encheu os pulmões de ar, ajustou a postura, tinha de parecer confiante e intrépido. Não queria ofender o Paladino, mas também não queria mostrar cortesia demais, como se fosse um súdito. Estava ali de igual para igual, líder diante de líder. Resolveu entrar de uma vez, e quando sua mente se esclareceu de que essa era realmente sua vontade, a porta abriu-se sozinha. 

E, diante dele, um Deus.

Um comentário:

  1. Leitura ótima, cheia de mistérios e novidades, como eu gosto! Me sinto diante de um autêntico escritor! Ansiosa por tua estréia no mundo dos livros!
    Boa sorte, sucesso e que não te falte a criatividade nunca!
    Érica Tomazi

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