* Id, Ego e Superego (segunda Tópica – Freud).
Ego: é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do Id e as exigências da realidade e as “ordens” do superego. É ao ego que a consciência se acha ligada. Em suma, o ego é um mediador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação, considerando as condições objetivas da realidade, já que é esse o princípio pelo qual é regido, a realidade.
Id: constitui o reservatório de energia psíquica e é onde se localizam as pulsões: a de vida e a de morte. É regido pelo princípio do prazer, sendo assim, amoral e atemporal. O Id enquanto instância psíquica é inconsciente - corresponde ao inconsciente da primeira tópica.
Superego: O superego é um elemento estrutural do aparelho psíquico, e começa a se constituir com a resolução dos conflitos edípicos da fase fálica. O superego representa a moralidade e o seu conteúdo se refere às exigências culturais e sociais.
* Funções do Ego. Mecanismos de defesa.
O ego possui algumas funções básicas, como por exemplo: percepção, memória, sentimentos pensamentos, linguagem e consciência.
Todos estão acostumados a ouvir e falar sobre a memória, mas será que todos sabem como ela funciona? Provavelmente não.
A memória é a capacidade de lembrar ou recordar sensações, impressões ou idéias. Através dela podemos reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis. A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de lembranças e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias. Um exemplo disso, é que possívelmente após ler essas informações, uma pessoa vá lembrar desse pequeno parágrafo, quando precisar utilizar a memória para lembrar onde colocou as chaves do carro. Pois essas informações que a pessoa acabara de ler, também estarão disponíveis e podem ser lembradas graças a memória.
Falando agora sobre os mecanismos de defesa, podemos dizer que são processos realizados pelo Ego e são incoscientes, acontecendo independente da vontade do indivíduo. Estes mecanismos visam afastar da consciência certos conteúdos, afim de proteger o aparelho psíquico. Para entender estes mecanismos, basta pensar que para evitar um possível “desprazer” a pessoa deforma ou suprime a realidade, deixando de registrar percepções externas, afastando determinados conteúdos psíquicos, interferindo no pensamento. Enfim, as pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade que sentem em uma situação perturbadora.
Recalque: O recalque consiste na exclusão dos impulsos e suas representações ideacionais do consciente. Ocorre sempre que um desejo, impulso, ou idéia, ao se tornar consciente, provoca um conflito insuportável, resultando em ansiedade. No recalque ocorre uma supressão de parte da realidade, ou seja, o indivíduo “não vê” ou “não ouve” o que está acontecendo.
Um exemplo disso é quando entendemos como permissão uma proibição, porque não ouvimos o “não”.
Regressão: quando deparado com uma frustração ou perturbação, o indivíduo passa para etapas anteriores do seu desenvolvimento, passando para modos de expressão mais primitivos. O choro das pessoas em determinadas situações pode ser uma regressão, ligada a fatos da infância em que o choro tenha “resolvido” o problema. Também podemos usar como exemplo a pessoa que costuma encarar situações difíceis com bastante ponderação, mas sobe na mesa aos berros ao ver um rato.
Racionalização: o individuo cria argumentos intelectualmente convincentes, que visam justificar os estados “deformados” da consciência, ou seja, uma defesa que justifica as outras. O racional é usado na tentativa de explicar o irracional. Normalmente é normal que as pessoas tenham sentimento de culpa quando fazem algo que não deveriam ter feito, mas em muitos casos ao invés de admitirem a razão de seu comportamento, acabam argumentando a fim de criar razões plausíveis para seus atos. Como exemplo, o filho que pega dinheiro na bolsa da mãe sem permissão, e é pego em flagrante pela mãe, então o filho argumenta dizendo que estava precisando muito do dinheiro e que com certeza logo devolveria o valor.
Projeção: o indivíduo projeta algo de si mesmo no mundo externo e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável. Sendo assim, podemos explicar a projeção como um processo pelo qual as características atribuídas ao “eu” são afastadas em direção a outras pessoas ou objetos. Um exemplo disso é o jovem que critica os colegas por serem muito competitivos e não se dá conta de que também o é, ás vezes até mais competitivo do que os colegas.
* Fases do desenvolvimento psicossexual
Para a compreensão das fases do desenvolvimento psicossexual, é indispensável que se conheça o conceito de Libido segundo Freud. Vamos a ele:
“Libido é a energia dos instintos sexuais e somente deles”.
Sabido isso, podemos começar a explicar as fases do desenvolvimento psicossexual.
Fase oral (0 a 2 anos): nessa fase acontece um direcionamento da libido para a zona oral, ou seja, a boca, lábios e a língua. É por meio da boca que o bebê começa a descobrir o mundo, e no começo da vida, essa é a zona de obtenção de prazer, ou seja, a boca é a zona erotizada. Nessa fase é normal o bebê levar os brinquedos a boca e querer morder tudo o que encontra, afinal de contas, está descobrindo o mundo, e usa a boca para essas descobertas.
Fase anal (2 a 4 anos): nessa fase a libido se direciona para a zona anal. É nessa fase que a criança começa a ser ensinada a controlar as fezes e a urina, sua atenção, frustração e compensação se focalizam no funcionamento anal. Sensações de prazer e desprazer associam-se tanto na expulsão como a retenção das fezes.
Fase fálica (4 a 6 anos): nessa fase a libido se direciona ao órgão sexual, sendo essa a zona erotizada. Os meninos elegem a mãe como objeto de desejo e as meninas elegem o pai, ocasionando o complexo de Édipo. Sendo a mãe o objeto de desejo do menino, o pai acaba sendo uma espécie de rival, mas ao mesmo tempo, o garoto tenta se espelhar no pai para conquistar a mãe. Posteriormente com medo da perda do amor do pai, “desiste” da mãe, ou seja, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo social e cultural, e o garoto pode então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. Na fase fálica a concentração das energias das pulsões na área genital deve-se, em parte, à crescente consciência e curiosidade natural da criança sobre as diferenças entre os sexos. Essa fase é marcada pelos questionamentos (fase dos porquês).
Latência: (6 a 9 anos): nesse período acontece uma diminuição das atividades sexuais. Lembremos do complexo de Édipo onde a criança aprende certas regras e proibições, sendo assim, a Libido fica deslocada de seus objetivos sexuais. A criança poderá canalizar sua energia sexual para fins intelectuais e sociais. Neste período a um grande investimento na aprendizagem escolar e um desenvolvimento muito marcado a nível intelectual. As mudanças biológicas, intelectuais, lingüísticas e sociais, apesar de continuarem a processar-se, ocorrem de uma forma mais gradual do que até aí.
Fase Genital (fase adulta): nessa fase a zona erotizada não está mais no próprio corpo, mas sim no outro. Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais. A organização genital propriamente dita se instala na puberdade. É o estágio final do desenvolvimento libidinal instintual
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