tag:blogger.com,1999:blog-3453067334176200672024-02-18T17:57:38.601-08:00Dedicate My SoulPhilippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-41293557368596010832015-07-21T13:31:00.003-07:002015-07-21T13:32:10.074-07:00Registro na Biblioteca Nacional: O Mestre das CordasEste post é apenas para compartilhar a alegria de dar mais um passo rumo a um objetivo que venho focando faz tempo.<br />
<br />
Finalmente o meu original (O Mestre das Cordas) foi registrado na Biblioteca Nacional. Recebi a certidão de registro hoje à tarde. (21/07/2015)<br />
<br />
Agora é focar no próximo passo, e obrigado aos que têm acompanhado o blog e meus textos!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjK3CF0xSml35zzKKqkjrDeghAx2y_6Jl1zj1XWtnj0iSzj_RAOIBCrN6FPcvEUjt2MODlhLLgOoX0L2neYB-3flR122pSjt4RUS-AzNtMv9GuDQGnWMw47eZ1VXx8FW_xDhkrNRunT6KP/s1600/Registro+O+Mestre+das+Cordas3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjK3CF0xSml35zzKKqkjrDeghAx2y_6Jl1zj1XWtnj0iSzj_RAOIBCrN6FPcvEUjt2MODlhLLgOoX0L2neYB-3flR122pSjt4RUS-AzNtMv9GuDQGnWMw47eZ1VXx8FW_xDhkrNRunT6KP/s400/Registro+O+Mestre+das+Cordas3.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-31307584961180625772015-07-10T15:00:00.002-07:002015-07-10T15:54:32.531-07:00Trecho Narrativo; O Mestre das Cordas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://danyrodriguez.deviantart.com/art/Feiticeira-Negra-545481349?ga_submit_new=10%253A1436567882&ga_type=edit&ga_changes=1&ga_recent=1" target="_blank"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg6LSrqwYdEZEkNXd7prh_8QPNwEcAmJPNwnmAAlS9LNjlanE9QE9Ks-VUpVFl4EO0Kuu1-6tj3LOa-eF-hRVoSyOSgJnK3DXk8UzgCDydBlroqYFib361B-jO5UgHScgZ9_PTJx8lS_0H/s400/feiticeira+negra02.fw.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Uma nuvem negra tomada por uma misteriosa mistura de sapiência e arrogância contornava um espaço vazio. Após alguns instantes, uma sombra cresceu e deu forma a uma mulher. E todo o breu foi absorvido por ela. Não havia mais sombras nas paredes, nem nos cristais. Toda a escuridão residia nela e em seus mantos enegrecidos. Mas seus olhos eram como gemas de um anil intenso e brilhante, brilhando na escuridão. O sorriso era maliciosamente perfeito, o semblante tinha a confiança de uma deusa, a postura era a de uma rainha.” (página 374, O Mestre das Cordas)<br />
<br />
Desenho feito por Dany Rodriguez:<br />
<br />
DeviatArt: <a href="http://danyrodriguez.deviantart.com/" target="_blank">http://danyrodriguez.deviantart.com/</a></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-75787251653000576862015-06-16T11:38:00.001-07:002015-06-16T11:42:27.031-07:00O Conde e o Demônio<div style="text-align: justify;">
O conde recitou o encantamento e as paredes começaram a tremer. Em poucos instantes a obumbração tomou conta de tudo. As chamas das tochas tornaram-se azuis. O símbolo vermelho destacava-se ainda mais no chão, por onde as correntes que se estendiam até a porta começavam a se espalhar como ramificações de tripas e sangue, pintando parte da sala de rubro. Kulack sentiu uma repentina tontura. Apertou as mãos com força, e seu anel brilhou intensamente. Concentrou-se, com os olhos fechados. Suava frio e sentia como se um gigante tentasse esmagar seu corpo. Uma pressão aterradora parecia pronto para implodi-lo, e ele lutava internamente para suportar. Sentiu suas entranhas saírem pela boca, e suas pernas sendo decepadas por foices negras que desapareceram um instante após as cortar. Seus braços sumiram e brotavam de suas costas, esticando-se até a altura do pescoço, onde suas próprias mãos o estrangulavam. Seus olhos se tornaram verdadeiras safiras e faziam sangue jorrar pelas frestas das órbitas. As correntes de sangue se somaram em uma poça rubra, formando uma besta horrenda. Tinha o corpo de um cão selvagem, embora com o dobro do porte, e suas duas cabeças fundiam traços de leão e búfalo, com grandes chifres e juba negra. Na parte traseira, três caudas que terminavam em uma espada, uma lança e uma maça encravada de espinhos. Suas quatro asas eram formadas por uma mistura de escamas de dragão e penas de águia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem prévio aviso, o monstro atacou a aberração que o capitão havia se tornado, afligindo-o com as caudas, triturando-o com os dentes e rasgando sua carne com as garras de cão selvagem. Mas Kulack não morreu. Ele não conseguia morrer. Seus pedaços estripados espalhavam-se por toda parte e, apesar do terror, seus dois olhos de safira ainda tinham luz e eram capazes de enxergar, um em cada canto do salão. A dor só não era maior do que o pavor, e ele estava amaldiçoado a sentir ambos, sempre que conjurasse a magia que burlava as leis espirituais e materiais; sempre que invocava aquele homem...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O símbolo no chão desapareceu subitamente, assim como as ramificações de sangue e o monstro abominável, que simplesmente sumiu como se nunca tivesse existido. Kulack sentia seu corpo voltar ao normal, mas as tochas continuavam azuis. Em sua frente, um homem com porte de guerreiro o observava, vestido em uma armadura negra, mais enferrujada que qualquer peça de metal que o conde já tivesse visto. A própria presença daquele homem o fazia sentir como se ele envelhecesse mais rápido. Parecia apodrecer pouco a pouco, a cada segundo que permanecia na presença dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Ainda não se acostumou, conde? — disse o guerreiro, com um tom de desdém. Sua voz era inumana, como se vários homens falassem ao mesmo tempo, gerando um som nada agradável de ouvir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não sou um demônio como você, nunca irei me acostumar — rebateu Kulack, limpando o suor da testa com as costas das mãos, cansado após a tortura que seu espírito e sua mente haviam passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf0g4z826MqTyZIj53gn1_hWGDK0gTnXsaJIyAAXYo8wLQz5aco4qASSE6Lcc5tv1ZhDfUvj31tybLaerSM4OZF31AqRVhYlqB-zmLeD3rp81S9CxrOxjogj0JfL1BHGlzL3aN8Nw_mGs9/s1600/ddass.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf0g4z826MqTyZIj53gn1_hWGDK0gTnXsaJIyAAXYo8wLQz5aco4qASSE6Lcc5tv1ZhDfUvj31tybLaerSM4OZF31AqRVhYlqB-zmLeD3rp81S9CxrOxjogj0JfL1BHGlzL3aN8Nw_mGs9/s400/ddass.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-91453374346168034302015-05-20T16:15:00.000-07:002016-06-13T18:41:08.228-07:00Resumo - O Mestre das Cordas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Recentemente terminei de revisar o original do meu livro. Já iniciei o processo para o registro da obra junto à Biblioteca Nacional, então, começa a saga para ser publicado. Abaixo, um resumo da história. Espero que curtam! :)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
***</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-86523667802248433852015-03-27T13:17:00.003-07:002015-03-27T13:20:19.011-07:00Influências Musicais (Parte II)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Continuando as postagens sobre minhas influências musicais.
No primeiro texto sobre o assunto, iniciei citando a banda Red Hot Chili
Peppers. Mas a verdade é que <i>Red Hot </i>foi
apenas a porta de entrada para uma era que iniciou no começo da minha
adolescência e se prolongou quase até o final dela. Uma época em que eu achava
- ou melhor, tinha certeza - que eu era GRUNGE. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E lá se foram horas e horas de Nirvana, Alice in Chains,
Mudhoney, L7, Soundgarden, Temple of the Dog...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Posso dizer que a banda que mais me marcou nesse período foi
o Nirvana. Suas músicas são um prato cheio para todo e qualquer adolescente que
se acha único na sociedade e possui energia de sobra para falar de revolta,
injustiça e loucura. Foi por causa do Nirvana que eu aprendi a tocar guitarra
(minha primeira música foi Polly), e apesar de todas as minhas dificuldades no
instrumento, ao longo dos anos eu acabei aprendendo a tocar TODAS as músicas da banda. Sim, isso mesmo, todas.
Ok, não são difíceis, Kurt Cobain não era um guitarrista virtuoso. Mesmo assim,
houve uma época em que eu havia decorado todos os acordes de todas as músicas,
e as tocava incessantemente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Passei alguns anos usando apenas calça jeans rasgada, flanela
e All Star - naquela época era um tênis barato. Andava sempre com um violão ou
uma guitarra nas costas, bebia vinho que não custava mais que R$ 2,00. Saía de
casa com o dinheiro contado para pegar o ônibus de volta, mas acabava gastando
as moedas com bebida ou alguma porcaria de comer, voltava a pé. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não há orgulho, muito menos arrependimento do que vivi
naquela época. Eu era adolescente e estúpido, o que é quase um pleonasmo, eu
sei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A verdade é que Nirvana marcou aquele período da minha vida,
e aqui vai uma música da banda para encerrar o post (optei por uma que não
fizesse parte do tão famoso Nevermind. Infelizmente ela não possui clipe
oficial, então escolhi um vídeo que tivesse a letra da música):<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
Frances farmer will have her revenge on Seattle</div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/o6Lyc3GwCds/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/o6Lyc3GwCds?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-51066863405357414112015-02-20T09:20:00.001-08:002015-02-20T11:39:12.720-08:00O Velho Criador<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dentre todos os medos prevalece um. Aquele que está lá no
fundo, sempre esteve, e sempre estará. O receio de que tudo é em vão. Uma
sensação de vazio eterno donde surgem os deuses, emergindo de nossas cabeças e
nos mantendo ocupados através da adoração. Uma máscara à realidade, um lapso que nos acolhe o suficiente para que nossa efêmera
vida acabe antes que percebamos o inevitável: somos também parte do temeroso vazio. Não o
vazio do universo, pois este é mais do que vasto, e por não sermos capazes de
mensurá-lo, o chamamos de infinito. Mas sim o oco da existência que insiste em
encontrar significado onde não há, e perde a única chance de ser mais que um
eco de uma voz distante e irrelevante, perdida na escuridão.</span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O quarto estava escuro demais. Sendo
ele Deus, deveria ser capaz de iluminar aquele local, pelo simples fato de
desejar aquilo. Mas não conseguia, não importava o quão forte imaginasse e
desejasse. Sua vontade simplesmente não se realizava. Segurou sua bengala com
força e a apontou para a lâmpada apagada no teto, mentalizou as luzes amarelas,
em vão. Estava começando a detestar tudo ao redor, e quando Deus se enfurece, o
mundo sofre. Atirou a bengala para longe, usou toda a força que tinha para se
levantar da poltrona, deu dois passos para frente, buscando a velha mesa de
madeira, mas caiu antes de conseguir chegar até ela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Era como um gigante caindo de um céu
escuro, em um chão ainda mais negro, num mundo repleto de obumbração. <i>Por</i> <i>que
a vontade de Deus não se tornava realidade</i>? Enquanto refletia sobre aquilo,
caído no chão, com a mão enrugada a meio metro da mesa, chegou a algumas
conclusões óbvias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eram os fiéis. Só podiam ser os fiéis,
ou melhor, aqueles que um dia o foram. Oravam menos, e com menos fé. A ciência
os havia estragado, contaminado a todos. Os homens gostam de brincar de Deus,
trancados em seus laboratórios, com seus pequenos experimentos... e ainda dizem
que estão fazendo o <i>bem</i>. Quanta
heresia, quanta insolência! Deus é apenas um, e estava desamparado, fraco, abandonado
por sua criação. Uma raça ingrata, que o trancara em um quarto escuro e clamava
por ele quando precisava de ajuda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Chega
de perdão, chega de misericórdia, queimarei a todos! Só preciso... de um pouco
mais de força.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Usou o resto de suas energias para se
arrastar até a mesa, mas já não era capaz de se levantar e pegar o que queria.
Encarou a perna da mesa por alguns segundos, mas então desistiu. Baixou a
cabeça, encostou a face no chão gélido, e assim ficou até adormecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando acordou, estava sentado na
poltrona, na mesma sala, mas ela estava bem iluminada, com as duas janelas
abertas deixando os fortes raios de sol entrar. Olhou para a mesa e enxergou o
que queria. Uma foto emoldurada em um alumínio que fingia ser prata, com
figuras de rosas metálicas em cada canto. A imagem era a de uma família feliz.
Estava ao lado de sua esposa, ambos vinte anos mais jovens, com seus dois
filhos a fazer caretas, um tentando ser mais engraçado que o outro. E atrás, o
mar azul, o céu azul, o mundo azul.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Olhou para o céu, pensou que Deus era
irônico, mas complexo demais para que ele pudesse entender. Não precisava tanto
assim da bengala, tirou-a do colo e a deixou cair no chão. Caminhou até o
porta-retrato, retirou a foto do vidro e a contemplou por ao menos meia hora.
Depois, enrolou a fotografia em um pequeno cilindro, e o comeu sem sequer
mastigar, deixando todo o canudo passar por sua garganta, como se seu corpo
tragasse as memórias, devorando-as como um demônio devora as esperanças dos
fracos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi até a parede, tirou seu diploma de
biólogo da frente do cofre e girou o disco com as marcações numéricas até a
combinação duzentos e vinte e quatro. Pegou a faca prateada que lá estava,
sentou de novo na poltrona, e começou a se esfaquear na barriga, enquanto
gargalhava sem parar. Fez isso até seu sangue se esvair o suficiente para
desmaiar, e por fim, desfalecer. O pequeno riacho vermelho escorreu pelo belo
tapete verde e negro, até chegar à escrivaninha, onde havia deixado sua última
carta, dizendo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por
favor, ajudem o Pai! Por favor... não me abandonem!<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E
essas foram suas últimas palavras, bem abaixo de um vidro de fenobarbital, e
outras pílulas que ele deveria ter tomado. Infelizmente, seus filhos estavam
longe demais naquela semana. Compromissos de trabalho, férias programadas,
enfim, eram muitas as desculpas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seja um deus ou não, o risco é
irremissível: leva-se tempo, mas as crias abandonam o criador.</span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><o:p></o:p></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-46938244744402127592015-02-20T09:10:00.001-08:002015-02-20T09:10:47.307-08:00A Eterna Luta: Livro e HQ Vs Filme e Série<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Você provavelmente já
ouviu, leu, ou mesmo disse uma frase semelhante às que seguem abaixo:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"O
filme é simplesmente uma bosta! Não passa a profundidade da HQ!"<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"O
personagem da série sequer existe no livro, isso é tosco!"<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu mesmo já lutei ao
lado da tropa que defende Livros e HQs com unhas e dentes. Hoje já não me
importo tanto, e vou dizer o porquê.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É quase certo que
nenhuma adaptação para o Cinema ou TV vai conseguir abstrair toda a essência de
uma história primeiramente feita para a literatura. Até porque, não somente a
história em si é importante, mas a maneira como ela é contada. É por isso que
se fala em "adaptação", pra início de conversa. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tem uma galera que
adora falar mal dos filmes baseados em HQs ou mesmo de séries de TV adaptadas da
literatura, como é o caso de <b>Game of Thrones</b>, cuja fonte são os livros do
<b>George R. R. Martin</b>: <b><i>As Crônicas de Gelo e Fogo</i></b>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas, partindo do
princípio que as críticas sejam referentes às mudanças em relação a história
original, e não aos defeitos comuns inerentes de todo filme e série, ainda
assim é preciso levar em consideração uma série de fatores. Por exemplo, o
público alvo do livro pode não ser exatamente o mesmo da série ou filme. Outra
coisa, os orçamentos para filmes e séries são limitados, mas o mesmo não acontece
nos livros e HQs, onde a história depende muito mais da imaginação e do
talento do autor. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diversas modificações impactam ainda mais no âmago da história original de
determinadas obras. Algumas feitas especialmente para fins comerciais, outras procuram tornar factível o universo construído
para suportar aquela história no Cinema ou na TV, e essas alterações são as que
mais irritam os fãs. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um caso bastante conhecido é o do filme <b>Watchmen</b>, baseado
na HQ de mesmo nome da <b>DC</b>, escrita por <b>Alan Moore</b>. Quem leu as revistas e viu
o filme, com certeza pôde notar algumas mudanças, a mais marcante delas no
final. Muito já foi debatido sobre o porquê de tal alteração, e muitos
concordam em dizer que se dá devido ao fato de que, na época em que a revista
foi lançada, aquele tipo de final era mais propício do que agora, portanto, uma
alteração seria necessária para manter o "clima" do filme uniforme e
conivente do começo ao fim. E, opiniões à parte, não vi nenhum problema com o desfecho,
apesar de eu ser um fã assumido da obra original. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggErxTjFxzF_6N4VievObpsW-PhcVAuPGwapBrJ-SJsNdKo_lV-797EWO_V4AmhKH1dY3vZRAMkW80rXaQJOCcjCEg6O6kZ7x-3Kk0bVZ4QNeJNw9n1VgllbbrMUts8zYQ4hhhMwZ3SkIH/s1600/watchmen-movie-4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggErxTjFxzF_6N4VievObpsW-PhcVAuPGwapBrJ-SJsNdKo_lV-797EWO_V4AmhKH1dY3vZRAMkW80rXaQJOCcjCEg6O6kZ7x-3Kk0bVZ4QNeJNw9n1VgllbbrMUts8zYQ4hhhMwZ3SkIH/s1600/watchmen-movie-4.jpg" height="216" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, acredito que a
verdade seja esta: não adianta esperar que HQs e livros sejam retratados
fielmente no Cinema, ou mesmo na TV. Isso não vai acontecer, e é normal mesmo
que não ocorra. São mídias bem diferentes, com recursos próprios e singularidades inerentes.
Agora, você pode ser aquele cara que vive falando mal do filme ou série pelo
fato de eles não serem fiéis às histórias originais, ou pode simplesmente
curtir a adaptação. E claro que isso não te impede de criticar as adaptações,
até porque, se você não gostou e quiser se expressar, é um direito que te cabe.
Mas não seja aquele chato que vive enchendo o saco, dizendo que fã que é fã tem
que ler o livro ou a HQ, e que a verdadeira essência está somente nestas duas
últimas mídias citadas. Claro que você pode divulgar o livro, sugerir,
principalmente aos amigos que você pensa que podem vir a gostar da história
original de determinada obra. Mas, siga a filosofia do Sr. K: faça o que
quiser, mas não encha a porra do saco.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-27217073739285077272015-02-19T11:22:00.000-08:002015-02-19T11:32:20.213-08:00Carta de um Veterano<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">As palavras a seguir são parte introdutória do
registro de escritos do mais nobre veterano do exército dragoriano, o rei Belthasar
Ganfourt, também conhecido como “Grande Leão”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJQ3-ljaQRXFA6Wyo0gbbnMA-9UtXf-gqdVmaIXMGzAu0eQZEr6wn3xDeiqO7jfxtIiU9gPQmTzYn7HsokVk86-N31yOCt3xSMW1YA_Y6y-2uVo2hppx7QtcLcKm65a_Wduh1VNT4WcD3E/s1600/lion_defender_by_srdunko-d63jo16-001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJQ3-ljaQRXFA6Wyo0gbbnMA-9UtXf-gqdVmaIXMGzAu0eQZEr6wn3xDeiqO7jfxtIiU9gPQmTzYn7HsokVk86-N31yOCt3xSMW1YA_Y6y-2uVo2hppx7QtcLcKm65a_Wduh1VNT4WcD3E/s1600/lion_defender_by_srdunko-d63jo16-001.jpg" height="272" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
homem acredita ser soberano neste mundo. Pobres coitados, isso sim é o que são.
Aliás, é o que somos, pois por mais que me chamem de leão, não sou de fato um
felino. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Monstro.
Outra bela definição para o homem. Não me entenda mal, mesmo um monstro possui
virtudes. Gigantes e dragões são provas vivas disso. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ah,
sim, o homem... estava a falar dele, certo? Minha mente sempre embaralha os
pensamentos quando estou a refletir sobre minha raça. Talvez seja pela a
aversão que criei por alguns sujeitos, ou pelo fato de meu velho e cansado
cérebro já estar começando a pregar-me as peças que a vida nos reserva para
esse fim de jornada. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sim,
é o fim da minha aventura, eu posso sentir. Não sei se é pela idade avançada,
mas tenho me portado de maneira mais questionadora ultimamente, sempre pensando
em questões sem uma resposta definitiva. Perguntas que os filósofos fazem
durante toda a vida, mas que a maioria das pessoas só pensa quando está ociosa demais
ou prestes a morrer. Como por exemplo, a indagação:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por que diabos a vida é assim? <o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A morte nos aguarda desde o momento em
que nascemos. Por isso fazemos tudo que nos cabe nesse pequeno período que
separa o primeiro choro e o último suspiro. Mas vos digo que depois de muito
pensar e vivenciar, cheguei à conclusão de que a ordem das coisas está certa,
embora eu tenha passado minha vida acreditando que estava errada. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nascemos e temos todos os nossos sentidos em perfeito estado. A cada nova descoberta o mundo se recria diante
dos nossos olhos, e assim experimentamos a vida todos os dias. Com o passar dos
anos, passamos a conhecer faces dela que não são assim tão belas, e percebemos
que a mesma mão que acaricia, é capaz de empunhar uma espada, e os tempos de
inocência ficam para trás. A obrigação do trabalho e a espera pelo ócio passam
a fazer parte da rotina diária. Quando menos perceber suas vistas já não
enxergarão tão bem, e seu estômago já não irá digerir aquela refeição deliciosa
com a mesma eficiência. Seus braços já não serão tão fortes e suas pernas mal
aguentarão o peso do corpo. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando a areia da ampulheta chegar à metade, seu
corpo nada mais será que um recipiente gasto, portando uma alma que muito
almeja o infinito. No entanto afirmo que, na velhice, ciente de que cada
momento pode ser o último, me dei conta do porquê de as coisas serem de tal
modo. Não posso tentar explicar-lhes com a pena e o papel, por vários motivos.
Um deles é que eu não saberia como fazê-lo de forma plena, e outro é que seria
uma falta de respeito para convosco tirar-lhe o prazer de descobrir certas
verdades por conta própria. Mas vos digo que mesmo as doenças e complicações da
velhice fazem sentido agora. Pois a cada dia que passa, menos estou preso à
esta vida. A dor aguda de facas penetrando em minhas costas é contínua, mesmo
que não haja uma única lâmina, e meu estômago, que antes aguentava quase um
javali inteiro, hoje se enrijece como uma pedra só de ter de processar alguns
pedaços de carne. Acreditariam se eu dissesse que houve época em que eu comia
cinco pernis inteiros de uma só vez? Enfim, a vida me tira alguns prazeres como
que preparando minha alma para se desvincular deste corpo, dizendo: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Terás
que partir em breve, e é por isso que lhe tiro aos poucos as coisas das quais mais
gosta ou precisa. Adiciono um pouco de dor a cada dia, para que não tenha mais
essa vontade excessiva de continuar aqui para sempre; para que o dia da partida
seja um alívio, não um amontoado de pesares”. <o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Antes
de entender isso, admito que passei um bom tempo como um velho rabugento, mas
hoje estou totalmente preparado para quando a morte vier abraçar-me. Basta ela
me guiar, irei de boa vontade. Aliás, se ela quiser ir conversando comigo
durante o percurso ao mundo das almas, serei de todo atenção, tenho muitas
perguntas a fazer. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Parto de bom grado, não por desgostar deste mundo, até
porque isso não é verdade, mas meus cabelos brancos, minhas rugas e minhas
dores denunciam que já passei tempo demais aqui. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então,
antes que eu parta, pretendo compartilhar todo o conhecimento que adquiri sobre
técnicas de combate e estratégia de guerra, para que se preparem caso nossos
vizinhos arrogantes se assanhem novamente. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sinto
que é meu dever passar minha experiência adiante, pois apesar de nossa carne
apodrecer, nossas palavras ficam. Mesmo das mãos que escreveram e já foram
comidas pelos vermes embaixo da terra, passam as palavras que olhos ainda vivos
lerão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Agradeço
a todos os amigos e companheiros que me suportaram durante minha jornada,
especialmente à minha esposa, Luccia Jahome Ganfourt, pelo companheirismo, amor
e paciência. Ao meu filhote, <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>Richard Ganfourt, que é indubitavelmente
o mais inteligente felino-homem deste mundo, e aos meus leõezinhos, Kaluh e
Toliel Ganfourt, por serem duas pestes adoráveis.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Introdução e Agradecimento /
Crônicas de Guerra - Técnicas de Combate: da Adaga ao Machado Duplo, por</i> </span></span><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Belthasar Ganfourt I, O Leão</span></span></b></div>
</div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-36076241000911406322015-02-18T09:26:00.002-08:002015-02-18T09:26:36.163-08:00Os Líderes da Aliança<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">O Trecho abaixo foi extraído isoladamente do capítulo 29 do meu livro (nome ainda não divulgado), página 228.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">(...)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Chega... - disse Bartolomeu, batendo três
vezes com uma caneca vazia sobre a superfície da mesa, chamando a atenção de
todos. Aquele som, na verdade, gerou um sutil encanto, transportando aura aos
tímpanos de todos, e ajudou a acalmar os ânimos. Mas ninguém além do
conselheiro do bardo foi capaz de notar a magia. - Parece que já temos nossas
opiniões bem definidas. Vamos votar, para que possamos nos planejar para
amanhã.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A
feiticeira e o xamã eram os mais religiosos dentre os líderes da Aliança, mas
resolveram relevar a ofensa, pois além de quererem prosseguir com a reunião,
consideravam que as palavras de Eve eram nada mais que reclamações infundadas e
tolas. Não a achavam digna de atenção.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">-
Finalmente alguém disse algo útil - a voz pertencia ao espadachim de olhos
puxados. Tinha um chapéu de palha oriental por onde fitas de seda nas cores
vermelho e negro desciam, evitando que os traços de seu rosto pudessem ser
vistos em totalidade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">-
Já disse o que eu queria dizer - a líder dos Amigos das Sombras se pronunciou
mais uma vez. - Devemos invadir a fortaleza furtivamente, matá-lo e pôr um fim
nisso isso tudo. Temos poder para isso, não há razão para continuarmos sujeitos às
exigências dele.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Para alguém que chama a si mesma de Punição Silenciosa,
você até que é bastante barulhenta - </span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px;">rebateu Fayina, seus olhos, normalmente fechados, finalmente se abriram.</span>Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-17244150715161329662015-02-18T08:36:00.000-08:002015-02-18T08:54:00.811-08:00Um Homem e Um Deus<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Trecho abaixo foi extraído isoladamente do capítulo 31 do meu livro (nome ainda não divulgado), página 247.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">- Preciso voltar - disse o oponente. - Você terá duas opções assim que passar pela porta. Se for sábio e humilde, sairá com vida, e garantirá o mesmo direito aos seus aliados. Se for prepotente e arrogante, como aparenta ser, estará arruinado, e seus amigos serão destroçados em campo de batalha. Pense bem, bardo, o futuro deles está em suas mãos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">'<i>Campo de batalha?</i>' Bartolomeu pensou. '<i>Ele sequer faz questão de esconder sua intenção? Pretende mesmo lutar?</i>' Aquele pensamento ameaçou abalar seu equilíbrio mental, mas ele brevemente tratou de se acalmar. O cavaleiro desapareceu, consumido pelo portal surgido no broche.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">Encarou a porta por alguns instantes. Ficou imaginando como o Paladino devia ser. Não conseguia formar uma imagem clara na cabeça. Convenceu-se de que havia de ser um homem como qualquer outro, mas com um belo escudo e uma imponente espada. Mesmo que sua idade fosse incerta, sabia que ele já estava em <i>Arkandur</i> há mais de duzentos anos, então não podia esperar menos que uma aparência de um ancião, daqueles que tem cara de sábio. Esperava encontrar apenas um homem, que por mais importante que fosse, era nada mais que um mortal, assim como ele. Não podia deixar que a alcunha e a história daquele líder religioso o intimidassem. Encheu os pulmões de ar, ajustou a postura, tinha de parecer confiante e intrépido. Não queria ofender o Paladino, mas também não queria mostrar cortesia demais, como se fosse um súdito. Estava ali de igual para igual, líder diante de líder. Resolveu entrar de uma vez, e quando sua mente se esclareceu de que essa era realmente sua vontade, a porta abriu-se sozinha. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">E, diante dele, um Deus.</span></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-21417213574042460822015-02-16T11:31:00.002-08:002015-02-19T13:31:44.494-08:00Sobre a Vida na Irlanda (pontos negativos)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Já fiz um post falando
sobre os pontos positivos de se viver em Dublin, na Irlanda. Hora de falar um
pouco sobre os aspectos negativos. Lá vai:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">1
- Clima<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu já sabia que o clima
de Dublin era chuvoso e frio, e como eu gosto de dias cinzentos, pensei que não
seria problema algum. Eu estava errado. O clima úmido e o vento gélido podem
sim somar um fator negativo. Há semanas que você sequer vê um raio de sol, e
mesmo sem enxergar os pingos de chuva, pode ter certeza que o chão está sempre
molhado. O vento corta feito navalha, e é bom comprar uma capa de chuva, porque
os guarda-chuva se quebram assim que a primeira rajada de vento bater. Bom, é
claro que dá pra viver assim, é uma questão de se acostumar, e você não pode
deixar que a chuva te impeça de fazer alguma atividade a céu aberto, caso
contrário, você nunca sairá de casa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPeCzSXXGa1jH9X_REfqnHjRSfXIm1RbOKoM27G2tuNpygDUJ7549MX4LMLj5KEK_4lexcjpeKFLQNF_SWp4poEXsS_IisP6pvCUz8EjQaQ6q6awCO34Mk5_xMRlcgW5vXBdTJN8b835dG/s1600/rain0024-630x469.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPeCzSXXGa1jH9X_REfqnHjRSfXIm1RbOKoM27G2tuNpygDUJ7549MX4LMLj5KEK_4lexcjpeKFLQNF_SWp4poEXsS_IisP6pvCUz8EjQaQ6q6awCO34Mk5_xMRlcgW5vXBdTJN8b835dG/s1600/rain0024-630x469.jpg" height="238" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">2
- Casas/Apartamentos/Acomodações estão ficando mais caras<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A cidade está lotada de
intercambistas, turistas e estrangeiros em geral, e todos estão malucos atrás
de um lugar decente pra morar. O valor a se pagar por acomodações está subindo
exponencialmente em decorrência da grande demanda, o que coloca os <i>landlords </i>em posição privilegiada,
podendo fazer exigências bizarras e aumentando a mensalidade das acomodações. Obviamente a galera consegue encontrar um jeito
de se virar. Muitas pessoas alugam apartamentos espaçosos e dividem com 5, 6 às
vezes até 7 e 8 pessoas (na verdade, esse número vai aumentando e eu não sei se
há algum limite, tem gente que vive que nem bicho, jogados uns sobre os
outros), o objetivo é aliviar o orçamento mensal... enfim, cada um se vira como
puder.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">3
- Oportunidades de Trabalho<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há vagas de trabalho?
Sim, há. Mas não pense que o cenário atual é lindo. Não é impossível conseguir
um emprego em Dublin, mas é muito difícil, e além de uma série de requisitos
que você precisa ter, também é necessário uma pitada de sorte. Ao meu ver, os
principais fatores que podem ajudar você a conseguir um trabalho em Dublin são:
uma boa rede de contatos, bom nível de inglês, cara de pau, determinação, e
insistência. Tem gente que entrega currículo todo dia pra tudo que é vaga, e
muitos conseguem alguma coisa através de indicação, por isso é tão importante
ter contatos. Então, como eu disse não é impossível, mas só pra você ter uma
noção de como estão as coisas, tem lugares cujas vagas para "lavador de
pratos" exigem inglês fluente e experiência de 3 anos na função. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">4
- Só tem Pub<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse ponto pode ser
positivo se você adora pubs e bares e tem grana pra gastar. Dublin tem milhares (não é exagero)
de pubs, um mais legal que o outro. Mas basicamente é isso o que tem pra fazer
na cidade toda, e depois de algum tempo acaba ficando meio "chato". Bom, há locais bem legais para se ir, como o
Phoenix Park, por exemplo, mas lembre-se que o clima não ajuda muito. </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há belas igrejas, museus, etc. E</span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 24px;"> a costa irlandesa também é bem bonita de se ver, m</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">as depois de alguns dias você já visitou todos esses lugares, e o programa padrão acaba sendo ir ao Temple Bar, e escolher um entre seus milhares de pubs.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm0SV-K1HNdoG8pnCRyFWR7lx3-FP-u2Pvt7i07Yr-vV2MFkYE55StYiNMLNwu7WJe0BhXZZN4jjjBmAZU1K7i31MR5wv6n7avOGhputUbMOf6LMCeDS_CIROawIwJZKsJ7VUgJmjKt43O/s1600/p014h20c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm0SV-K1HNdoG8pnCRyFWR7lx3-FP-u2Pvt7i07Yr-vV2MFkYE55StYiNMLNwu7WJe0BhXZZN4jjjBmAZU1K7i31MR5wv6n7avOGhputUbMOf6LMCeDS_CIROawIwJZKsJ7VUgJmjKt43O/s1600/p014h20c.jpg" height="169" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">5
- A comida é meio... <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Até os irlandeses que
eu conheci não queriam comer a comida irlandesa, mas pra sorte deles, e dos
estrangeiros, Dublin conta com boas opções de restaurantes e mercados onde é
possível encontrar a comida típica de outros países, inclusive a brazuca. Por
exemplo: o "café da manhã tradicional irlandês", consiste em ovo frito
(melhor parte do prato), duas salsichas que são pura gordura e banha (não dá pra
comer, véi), pão torrado (pretty much ok), e um feijão doce e horrível. O lado
bom de tudo isso é que existe o louvável STAR PIZZA, como disse no post
anterior. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc806OFH68v4HOJB5NXlOJidoWMx1tNoGswRLPpwW0N7K43gQrjH-tvZz8IRJd_KghYT1tkNu5bauVxNxYeXnam43eBoLE9I3c9NiYiEvl4sYiOSNt4b1Uwu08tWGcUICXXCS7HWIBpQUs/s1600/irish-breakfast4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc806OFH68v4HOJB5NXlOJidoWMx1tNoGswRLPpwW0N7K43gQrjH-tvZz8IRJd_KghYT1tkNu5bauVxNxYeXnam43eBoLE9I3c9NiYiEvl4sYiOSNt4b1Uwu08tWGcUICXXCS7HWIBpQUs/s1600/irish-breakfast4.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ah, não se deixe enganar pela foto acima. Parece delicioso, não é? Pois bem, não é. O ovo frito e o pão até que se salvam, mas o resto... enfim, sei lá também, tem gosto pra tudo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Bônus:</b> principalmente
nas áreas próximas do centro da cidade, à noite surge uma galera que parece que
os caras estão bêbados 24h por dia, e ficam gritando madrugada adentro. Bom, é
verdade que prefiro isso do que ouvir som de tiros ou ligar a TV num programa
sensacionalista explorando algum caso trágico, mas ainda assim é algo negativo
que vale ser informado. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vou deixar a Irlanda,
mas levo boas lembranças do país, e acredito que seja um bom lugar para se
viver, apesar dos pontos negativos que enumerei neste post. Sentirei falta da
sensação de segurança ao andar tarde da noite nas ruas, do tubo de pringles por
2 euros, da galera dizendo <i>sorry</i> num
excesso de cordialidade que não machuca ninguém, enfim, a Ilha Esmeralda tem
sim seu valor, e Dublin tem também seu charme, com suas pontes brancas sobre o rio L</span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">iffey, e seus pubs cheios de gente alegre e música ao vivo.</span></span><br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQmkwvTvSY36z8O69mEoTpRDK3DgBm-Lui_AgPe1VoRkwNoLLFLDAtZ6pNXd6BhKcUV7ekMSF_-iz5wOc8OkzEy_Uu11q7DvGSDtePO1AV7aEmqD2WmameHGkMXNd7kma7g_q_xLzIVWz5/s1600/dublin-liffey_1779876b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQmkwvTvSY36z8O69mEoTpRDK3DgBm-Lui_AgPe1VoRkwNoLLFLDAtZ6pNXd6BhKcUV7ekMSF_-iz5wOc8OkzEy_Uu11q7DvGSDtePO1AV7aEmqD2WmameHGkMXNd7kma7g_q_xLzIVWz5/s1600/dublin-liffey_1779876b.jpg" height="250" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-34907917850698880432015-02-16T08:08:00.001-08:002015-02-16T08:08:24.446-08:00Sobre a Vida na Irlanda (pontos positivos)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSCpYUwcbUayXlJgr0snD3LXGcPAq3vLQLaAWyC4il-biA_qzeC66Xlb84CV6QiGljVaRhhXZ6HBSps4f71Cl1BWcGGVge6Re3XqeMP291jnoxUUnrjBVv8lWsltg5BGeGhS9Haoo-t1dD/s1600/IMG-20140829-WA0049.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSCpYUwcbUayXlJgr0snD3LXGcPAq3vLQLaAWyC4il-biA_qzeC66Xlb84CV6QiGljVaRhhXZ6HBSps4f71Cl1BWcGGVge6Re3XqeMP291jnoxUUnrjBVv8lWsltg5BGeGhS9Haoo-t1dD/s1600/IMG-20140829-WA0049.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este post é apenas para
mostrar um pouco da minha percepção sobre a Ilha Esmeralda. Vou enumerar alguns
pontos positivos e negativos de se morar aqui (em Dublin, no meu caso). E é
claro que o que segue abaixo é apenas a minha opinião e corresponde à minha vivência
na capital irlandesa (por enquanto, 7 meses), portanto, é só uma das muitas
fontes que você pode ter ao pesquisar em sites e blogs por aí. Não há como não
traçar um paralelo em comparação com a vida no Brasil, já que são os dois únicos
países onde vivi. Posteriormente farei um post com os pontos negativos, mas
nesse primeiro momento abordarei os positivos, que ao meu ver são:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">1
- Segurança</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px;">Eu nunca me senti tão seguro quanto em Dublin. Mas é claro não é o paraíso. Rola furtos e assaltos, tem muitos maloqueiros que gostam de jogar ovos e outras coisas nas pessoas (as vítimas são, na maioria das vezes, estrangeiras). Mas, apesar disso tudo, ainda me sinto MUITO mais seguro do que no Brasil. Em Porto Alegre, ao menos, nunca ia passar pela minha cabeça ir do centro da cidade até a minha casa a pé, às duas e meia da madrugada. Bom, aqui eu fiz isso (algumas vezes) e nenhum sinal de perigo. Talvez eu tenha tido sorte? É, talvez. Mas a visão que fica é esta: a Irlanda, no geral, é um país seguro de se viver, e isso influencia muito no seu humor diário e no nível de stress.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj29FEzm2Kyy1PEL9KME96eThmK6vBZhvTMvAuFtFbaAzbK-0isBmRdabqu3IopofrixWIwDKxFDR-YQ9L9dW9zKvDMCHs9-d3cMBFxbrvEFHiE4bOaVq9DnfCHtnlAOfokH2DM_N9I7RAM/s1600/IMG_1848.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj29FEzm2Kyy1PEL9KME96eThmK6vBZhvTMvAuFtFbaAzbK-0isBmRdabqu3IopofrixWIwDKxFDR-YQ9L9dW9zKvDMCHs9-d3cMBFxbrvEFHiE4bOaVq9DnfCHtnlAOfokH2DM_N9I7RAM/s1600/IMG_1848.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">2
- Custo de Vida<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muita gente que vive
aqui diz que a Irlanda - em especial, Dublin - é um lugar caro de se viver. Não
posso negar que se formos comparar com outros países da Europa, pode mesmo ser
considerado um pouco mais caro. Mesmo assim, é inegavelmente mais
"justo" que no Brasil. E chego a essa conclusão por fazer os cálculos
do mês, incluindo compras no supermercado, conta de energia elétrica, internet,
apartamento dentre outras, levando em consideração o salário mínimo por hora no
país, que é de 8 euros e 65 centavos. Infelizmente não consegui emprego
remunerado aqui, mas mesmo convertendo o Real em Euro, e sabendo que a moeda
brasileira tá cada vez mais desvalorizada, ainda assim dá pra conseguir viver
em Dublin por algum tempo mesmo sem emprego (contanto que você tenha trazido a
grana necessária ao menos para a obtenção do visto de estudo/trabalho e do
GNIB). É obvio que a conversão sempre dói no bolso do brasileiro, mas imagina
pra quem vive aqui e recebe em euro? Com um salário mínimo é possível viver uma
vida digna, coisa muito difícil de se conseguir no Brasil. Ah, um detalhe:
aqui, até 2015, não se pagava conta de água. Agora é que estão começando a
cobrar por esse recurso, e o povo tá protestando nas ruas por causa disso. O que
nos leva ao terceiro ponto:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">3
- A União do Povo<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nenhum país está livre
da corrupção. E digo isso porque a corrupção não é inerente a um povo ou outro,
mas ao ser humano de modo geral (oh, que profundo), mas a questão não é sobre o
quão debilitado um país está pela corrupção, mas como seu povo se comporta
diante dela. E não somente em relação à corrupção, mas também à competência do
governo em gerenciar o país de maneira eficiente, ou ao menos de um modo que o
povo julgue "justo". Um
exemplo que eu gosto de citar é o da conta de água, aqui da Irlanda. Como
disse, a galera não pagava por esse recurso anteriormente, e agora terão de
pagar. Bom, se você olhar para os outros países, verá que eles pagam pela água
que consomem, nada mais normal, certo? Pode até ser, mas a verdade é que o povo
irlandês não pagava por isso, e NÃO QUER pagar. Então, não interessa quem está
no poder, não interessa o partido, não interessa se é o candidato que eu votei
ou não. O povo vai às ruas e protesta. E foram muitos os protestos que
ocorreram, eu vi vários acontecer, e ouvi várias conversas do tipo "quando
as contas vierem, não vou pagar". E não eram apenas os "menos
abastados" que estavam falando esse tipo de coisa. Não é só porque você
tem condições de pagar por algo, que você TEM que pagar. Pra mim, isso só
mostrou o quanto esse povo é unido. Não estou julgando se é certo ou errado tal
comportamento, mas vejo que o povo abraça uma causa e vai à luta, ao invés de
apenas defender partido A ou B, como se fossem peões se digladiando pelo rei. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiosqPTK3cXLyMqnpt-L-hc-P-iQ03wqDtjtm9CinSb-0IdyI5IPcB8pFu0v6hMFsv7CLHhGgZ9yL0g1k4PR4Lqed14bVHTTW9E1tyKN6b-t1qjr9S2zyZUaZ9f7imS_pD4bPNXMNwOyAC1/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiosqPTK3cXLyMqnpt-L-hc-P-iQ03wqDtjtm9CinSb-0IdyI5IPcB8pFu0v6hMFsv7CLHhGgZ9yL0g1k4PR4Lqed14bVHTTW9E1tyKN6b-t1qjr9S2zyZUaZ9f7imS_pD4bPNXMNwOyAC1/s1600/image.jpg" height="170" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">4
- Diversidade Multicultural <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Andando pelas ruas de
Dublin, você vai ouvir gente falando em italiano, espanhol, coreano, árabe,
alemão, russo, japonês, muito português, ah, e é claro, um pouco de inglês!
Posso estar exagerando, afinal, mesmo quem é estrangeiro arranha um pouco no
inglês, e é possível se comunicar sem problemas contanto que você também saiba
ao menos o básico do idioma. Mas a verdade é que é possível conhecer gente do
mundo todo, e para quem nunca conheceu outra cultura além da brasileira, é
muito interessante ter essa experiência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">5
- O Sistema de Transporte Público de Dublin<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Algumas pessoas que
moram aqui vivem reclamando que os ônibus atrasam às vezes, e são caros. Bom,
mais uma vez, se você for comparar com o sistema de transporte público de
outros países da Europa, talvez não seja tão bom, mas mesmo assim é MIL VEZES
melhor que o transporte público do Brasil. Em Porto Alegre eu tinha que pegar uma
linha todos os dias para ir ao trabalho (maldito T6), e o desgraçado do ônibus
estava sempre lotado, atrasava (de 5 minutos à 1 hora) e você ainda corre o
risco de ser assaltado (tanto na parada, quando dentro do ônibus). Falando
assim até parece exagero, e quem dera que fosse, mas não é. Em Dublin você tem
um ônibus decente de dois andares, que tem até <i>wi-fi</i> (nem sempre funciona, mas né), estações de trem bem
localizadas, e um meio de transporte chamado LUAS, que são uma espécie de
bondes modernos. E é claro que o cartão (Leap CARD) é integrado, e você pode
usá-lo em todos os meios de transporte disponíveis. Ah, e na maioria das
paradas de ônibus há um letreiro eletrônico que indica quais os próximos ônibus
que estão para chegar, e quanto tempo irão levar para chegar na parada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik9wgsr4j0kV7gMBCvNXjSgjYbc0nMpzDISGdnGmA_QSNDb-ySgqyghwidHxlXDhkBrOIJ98kUDRTRfijOYEZdteb4izUqHIv4jS4Cb-2End2EAE7FuYVo8udrb1EiA8nof5Toxo73_5-9/s1600/dublin_-_abbey_street_-_luas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik9wgsr4j0kV7gMBCvNXjSgjYbc0nMpzDISGdnGmA_QSNDb-ySgqyghwidHxlXDhkBrOIJ98kUDRTRfijOYEZdteb4izUqHIv4jS4Cb-2End2EAE7FuYVo8udrb1EiA8nof5Toxo73_5-9/s1600/dublin_-_abbey_street_-_luas.jpg" height="210" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">6
- Povo Receptivo<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Talvez você já tenha
ouvido aquela história que diz o seguinte: o povo irlandês é bem-educado, amigável,
e vai estar sempre disposto a te ajudar. Bem... sim e não. Isso é história pra
boi dormir (ditado velho, mas funciona). Em geral, tive sorte com os <i>irish</i>, a maioria foi sim bem-educada,
principalmente no começo, quando eu precisava ficar perguntando informação a
cada esquina, sempre me perdendo nas ruas. Mas isso não é uma unanimidade, e
não acredito que haja algo assim, em qualquer lugar que seja. Algumas pessoas
vão te tratar bem, outras não, isso independe do lugar onde você esteja. Claro
que a cultura do local pode influenciar, mas acho que o principal determinante
é o âmago da própria pessoa, em ser no mínimo cordial para com seu próximo.
Muita gente, no Brasil, reclama que o povo é mal-educado, mas não percebem que
isso não justifica a falta de proatividade em exercer a cordialidade tão
cobrada dos outros. Resumindo, minha opinião sobre o povo irlandês é que eles
são bastante receptivos a estrangeiros, e que se você tratá-los com respeito,
também será respeitado (também pudera, os turistas e intercambistas ajudam a
movimentar a economia do país).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Bônus</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">:
vale lembrar que estando na Irlanda, fica muito mais fácil conhecer os outros
países da Europa. Tem empresas aéreas (Ryanair, por exemplo) que vendem
passagens a preços baixíssimos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Bônus²:</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">
quem me conhece sabe que eu não vivo sem pizza. Aqui existe um lugar chamado
STAR PIZZA que vende uma pizza inteira + batatas fritas + refrigerante + molho
por 5 EUROS! Cara, eu definitivamente vou sentir falta desse lugar. Esqueça os
Pubs e o badalado Temple Bar, o maior ponto turístico é o STAR PIZZA com
certeza.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É isso, o próximo post
será sobre as desvantagens.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Té! </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-12694097795499909602015-02-14T12:47:00.001-08:002015-02-17T06:17:16.711-08:005 Motivos para ler "A Batalha do Apocalipse" e "Filhos do Éden"<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para começar, gostaria de dizer
que é possível encontrar resenhas dos livros do <b>Eduardo Spohr</b> em diversos sites
e blogs por aí. A maioria das resenhas que eu li a respeito das obras dele
falava muito bem da fluidez narrativa e da versatilidade dos personagens,
dentre outras coisas. Há também alguns lugares onde é possível encontrar textos
apontando oportunidades de melhoria e fazendo críticas construtivas, e é claro,
endereços virtuais com textos que visam apenar depreciar o autor e atacá-lo
diretamente, ao invés de abordar as obras do mesmo com olhar crítico e
discernimento. Ossos do ofício, acredito eu. Faz parte, e é preciso saber lidar
com isso, pois nem mesmo lendas como <b>Tolkien</b> e <b>Cornwell </b>agradaram a todos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portanto, resolvi não escrever
uma resenha, mas uma lista com cinco motivos para você ler as obras deste
autor. Claro que por essa abordagem já fica evidente que gosto e muito dos
livros dele. Mas, mesmo sendo fã (<a href="https://twitter.com/alencarphil">#semprefuifã</a>), tentei escrever usando mais a
razão do que o coração, pois o objetivo não é dizer a vocês o quanto eu gosto
do universo criado pelo autor, e sim explicar sucintamente os principais
motivos pelos quais eu acredito que seja uma ótima ideia apostar em um de seus
livros para sua próxima leitura.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjjFIoKfXryK_iy9yYMrYvIzyFfH8eMh2rrWytYhKqNNGMA6PD9fpzk4q2sB_hSbtrDrLStcgL_epTFJ-BM9Pjp9zaTK90HEMWof_MCnOyMip3nCzzG4ls8tvH9HD9z6QbwXNxd7Lo98_S/s1600/livros_spohr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjjFIoKfXryK_iy9yYMrYvIzyFfH8eMh2rrWytYhKqNNGMA6PD9fpzk4q2sB_hSbtrDrLStcgL_epTFJ-BM9Pjp9zaTK90HEMWof_MCnOyMip3nCzzG4ls8tvH9HD9z6QbwXNxd7Lo98_S/s1600/livros_spohr.jpg" height="158" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Nota</b>: as palavras abaixo expressam
apenas o meu ponto de vista, portanto, não tenho como afirmar as verdadeiras
preocupações e inspirações do autor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>1 - Não é "apenas" um
universo sobre anjos e demônios.</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma das principais qualidades de
suas obras, ao meu ver, é a preocupação com os porquês. Percebe-se um claro
esforço em ligar pontos e questionamentos que são inerentes a todos que se
interessam por mitologia em geral. Unindo anjos e demônios à mitologia
oriental, deuses nórdicos e diversas
outras criaturas e divindades de outras crenças espalhadas pelo globo, a obra é
não somente versátil, mas dinâmica. Você pode acompanhar uma cena de luta entre
um anjo celeste e uma divindade mitológica oriental, e alguns capítulos depois
ser convidado a imergir num mundo de fadas célticas. E não, não pense que tudo
isso é fruto de uma loucura incoerente do autor. Pois os pontos se conectam e
as regras do universo são explicadas de maneira que não fique maçante ao leitor.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>2 - O Brasil existe, por que
negar?</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muitos autores já trabalharam em
obras que mesclavam universos fantasiosos e criaturas lendárias com o nosso
mundo atual e as regras da nossa realidade, mas o Brasil é pouco abordado na
maioria das histórias. É claro que a Europa tem seu charme e o Japão é o palco
dos samurais, mas não se esqueçam que nosso país também tem seu valor, tanto
pelo seu povo quanto por suas belezas e cultura. Já estava na hora de ver
nossas terras tendo alguma importância em um romance de proporções globais
(nesse caso, universais). Alguns autores nacionais vêm conseguindo incluir o Brasil de maneira muito interessante em suas obras, e isso é excelente! E aquela cena logo no começo de <b>ABdA</b>, com os
personagens na estátua do Cristo Redentor é simplesmente... bom, sem <i>spoilers</i>!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>3 - Não é Preto no Branco</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se você gosta e consome conteúdo
relacionado a anjos e demônios, você provavelmente já leu algum livro ou
história em quadrinhos, assistiu algum filme ou série, ou mesmo compareceu a
peças de teatro sobre o assunto. E você já deve ter as personas angélicas mais
célebres bem sólidas em sua mente, certo? Miguel, com sua honra e coragem
inabalável, Lúcifer, mesquinho e belo enquanto anjo, mas um horrendo monstrengo
enquanto demônio. Bom, isso é normal, mas tente desconstruir um pouco alguns
conceitos. Muito disso será visto, mas não pense nos personagens como se tudo
fosse "Preto no Branco",
porque eles são muito mais profundos e tem muito mais a oferecer do que
simples conceitos já previamente construídos e apresentados por outras mídias
acerca do mesmo tipo de assunto. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>4 - As Cenas de Ação</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sei que nem todo mundo gosta de
ler cenas de luta muito detalhadas. Eu, como bom fã de Cavaleiros do Zodíaco e
outros animes, desenhos e filmes de ação, gosto muito desse tipo de cena, com
golpes que tem nome e combates épicos, daqueles que deixam crateras enormes no
chão e fazem reverberar o som estridente do metal de duas espadas místicas se
chocando. Mas as cenas de ação destes livros não estão resumidas à pancadaria. Tem
cenas de perseguição dignas de cinema, momentos de tensão envolvendo feitiçaria
e suspense, e situações onde os personagens mal se movem, mas suas palavras
cortam tanto quanto um duelo de espadachins, tão bem elaborados são os
diálogos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>5 - Não se prende fielmente aos
conceitos bíblicos e aos estudos de terceiros</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É evidente que foi necessário
muita pesquisa e estudo para se escrever tais livros, mas não pense que você
vai encontrar uma releitura bíblica, apenas com cenas e tramas mais detalhadas.
O autor teve sim preocupação em manter muitos conceitos importantes, mas ao
mesmo tempo se deu a liberdade de criar todo um universo novo, com
características específicas às castas angélicas, suposições plausíveis para
catástrofes bíblicas, e outras coisas que <b>fazem muito sentido dentro do
universo criado pelo próprio autor</b>. Ou seja, tudo foi explorado de modo que
mesmo o "conhecido" pudesse trazer novidade, e a mitologia foi explorada
de maneira muito fluída, facilitando a imersão, convidando o leitor a fazer
parte daquele universo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bom, é isso, espero que gostem, e
não deixem de apoiar os autores nacionais de fantasia, cada vez mais conhecidos
tanto no cenário nacional, quanto no resto do globo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>See ya!</i></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-53778383385017716612015-02-14T09:42:00.003-08:002015-02-14T09:42:48.695-08:00Influências Musicais (Parte I)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bom, não costumo escrever sobre
mim. Uso o blog mais para salvar alguns dos meus textos, principalmente pra ver
se minha escrita evoluiu um pouco ao longo dos anos. Mas resolvi criar este
post pra falar um pouco das minhas influências musicais, e o motivo é bem
simples: deu vontade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Decidi, também, que deveria
seguir (ou tentar seguir) a ordem cronológica das coisas. E digo isso porque eu
curto um monte de estilos diferentes, mas alguns deles marcaram determinadas
épocas da minha vida. Quem me conhece há certo tempo sabe que eu normalmente
escuto rock e heavy metal, e que também gosto muito de musicas instrumentais de
guitarristas como John Petrucci e Jason Becker. Mas talvez alguns não saibam
que eu não me nego a ouvir um bom hit da Lady Gaga, e que meu lado mano
desperta quando pinta um Racionais MC's. Até um pouco de hip hop do Snoop Dogg
cai bem de vez em quando.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por isso volto para 2003 (acho que era esse o ano, porque eu tinha 13 anos na época, se não me engano), com "By The Way" do Red Hot Chili Peppers. Lembro que ganhei o CD de Natal, e ouvi aquele bendito álbum cerca de trinta e duas mil e quatrocentas e vinte e sete vezes (mais ou menos). Na época, essa era minha música favorita do álbum: </span></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></o:p></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/0fcRa5Z6LmU/0.jpg" src="http://www.youtube.com/embed/0fcRa5Z6LmU?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Obs. eu não fazia ideia da letra da música, mas curtia a vibe mesmo assim. Naquela época eu tinha computador mas não tinha internet, e não tava afim de comprar aquelas revistinhas de cifras só por causa da letra de uma música, então foda-se, eu curtia sem entender mesmo hahahaha</span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-90694364415306186902015-02-05T09:15:00.000-08:002015-02-17T09:18:10.290-08:00Personagem: Helene<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O texto abaixo foi escrito para servir de material complementar ao desenvolvimento de uma das personagens. Já mostrei um pouco sobre Aldesfer no post anterior, hora de dar uma amostra de Helene.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(…)</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg6H4MGXNJbgGt9KI-t3BOcWWMIE4g8I36AGPn6fewq2dv3T2OKHxzdjyUqzO0GUAPenxP0GoqA8ndfNqrEQaQ4JPjYzpLVad9jgGuD-VYOUlylk-elSc-pBa5OoNdcQyqdtiMeygLvvbM/s1600/15441_forest_dark_forest.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg6H4MGXNJbgGt9KI-t3BOcWWMIE4g8I36AGPn6fewq2dv3T2OKHxzdjyUqzO0GUAPenxP0GoqA8ndfNqrEQaQ4JPjYzpLVad9jgGuD-VYOUlylk-elSc-pBa5OoNdcQyqdtiMeygLvvbM/s1600/15441_forest_dark_forest.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ser uma ladra era como ser presa e predador ao mesmo tempo, ainda mais depois de ter se envolvido com a guilda: um erro que ela desejou jamais ter cometido. John Silencioso nunca a deixaria viver. Mesmo que ele não fosse capaz de encontrá-la tão facilmente, o máximo que ela conseguiria seria alcançar um estado de sobrevivência que de maneira alguma poderia ser chamado de vida. Fugindo, cavalgando, se escondendo. A furtividade é um requisito básico para o ladino, mas aquele que vive nas sombras, um dia acaba por se tornar uma. E ela não queria terminar assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Galopou pelo labirinto verde, ziguezagueou por entre as árvores, atravessou os córregos. Tal qual uma cavaleira experiente, ou talvez melhor. Nenhum dos ladrões conseguiu acompanhá-la. Escondia o dourado dos cabelos sob um capuz marrom, que na noite, parecia negro, e mantinha os punhais escondidos por baixo da manta, presos em uma cinta de couro com bainhas moldadas perfeitamente para comportar as lâminas. Um presente; uma das únicas coisas que ela possuía, e que não era fruto do roubo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Vamos ter de passar a noite aqui, amiga – ela disse para a égua, escondida atrás de uma grande rocha coberta por musgos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabia que o animal não podia entender suas palavras, mas sentia-se tão solitária naquele mundo de fuga sem fim, que por vezes gostava de fingir que a égua era capaz de compreender o que ela dizia, e então começava a conversar com a companheira, dando tempo para que ela respondesse. As respostas nunca vinham, mas a ladra inventava uma em sua mente, continuava o diálogo, que na verdade, acabava por ser um monólogo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Afinal, ainda somos você e eu, não é mesmo? – ela continuou. – Uma dupla como nós não será encontrada por ladrõezinhos como aqueles, que sequer passaram da base da pirâmide. Se o maldito do John quiser nos encontrar, terá que enviar peças mais habilidosas; os peões não são páreos para nós.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fez o que pôde para convencer a si mesma de que era durona. E na verdade era.</span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-13855214560846506572015-02-03T14:46:00.000-08:002015-02-17T09:18:42.532-08:00Devaneios ao Fogo - Texto de apoio (Projeto - Primeiro Original)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O trecho que segue abaixo é parte do material de apoio que escrevi para auxiliar no desenvolvimento de meu livro que está em fase final e enviarei às editoras ainda em 2015 (cruzando os dedos). Como o autor normalmente fala por meio de seus personagens, pode-se dizer que as palavras são tanto minhas quanto do Aldesfer, meu bom amigo criado no final do ano de 2011, fruto do meu apreço por pessoas idosas. Então, que venha a carta do Mago Vermelho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(…)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbAsQC_m5gNicHrtsKTa23lyqKbDXtnVUSDoatLXDQR35t01MQIwUxZV8wpDTEza92KpMedFb3DgLNw7GeAz6WHod9UTDzxcgyteQbQMlJNaX7fLSNYI1XP4UzUpSIDkFHlnzSbBRipwYO/s1600/carros-luz-fogo-livro-d-pap-is-de-parede-foto-245835.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbAsQC_m5gNicHrtsKTa23lyqKbDXtnVUSDoatLXDQR35t01MQIwUxZV8wpDTEza92KpMedFb3DgLNw7GeAz6WHod9UTDzxcgyteQbQMlJNaX7fLSNYI1XP4UzUpSIDkFHlnzSbBRipwYO/s1600/carros-luz-fogo-livro-d-pap-is-de-parede-foto-245835.jpg" height="223" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">DEVANEIOS AO FOGO</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Onde há vida, haverá morte. Onde há felicidade, haverá tristeza. Onde há prazer, haverá dor. Onde há o bem, haverá o mal. Dualidade é uma das leis universais mais evidentes em nossas vidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por mais que as leis dos homens possam ser quebradas, o mesmo não se aplica às leis do inexplicável, cujo decreto é implacável e irrevogável. E se há algo que rege o ciclo de acontecimentos onde a dualidade atua, este algo é o tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O mundo foi palco de tantas eras que mesmo a história de todas as sociedades humanas somadas não significa mais que um quarto de um grão de areia em meio a outros incontáveis grãos contidos na ampulheta do tempo. Diferentes raças… diferentes histórias… Algumas tão incríveis durante sua existência, outras tão miseravelmente irrelevantes para aqueles que vieram após. E em nenhuma outra era houve raça tão incontrolavelmente ambiciosa quanto o ser humano. O homem é, sem dúvidas, a criatura mais faminta que já passou pelo mundo: seus olhos não se contentam em enxergar para sobreviver. São olhos que precisam de belas imagens. Contudo, ser belo também não basta; os olhos humanos precisam alimentar-se de algo novo e diferente todos os dias. Praias, montanhas, florestas, tudo precisa ser visto, e quando tudo não for mais novidade, ele encontrará um jeito de alimentar a visão com alguma outra coisa. Além dos olhos, os ouvidos também sentem fome. Fome de belas melodias e dos mais variados sons que o mundo e todas as outras criaturas que fazem parte dele podem oferecer. E quando todos os sons tiverem sido ouvidos, o homem encontrará uma forma de saciar esta vontade de alguma maneira ou de outra. E é claro que a palavra fome também deve ser aplicada para a busca por alimento. O homem come tudo o que vê, e mesmo quando está satisfeito, continua comendo. Come as plantas, árvores e seus frutos. Come outros animais, e em alguns casos até outros homens. Talvez, pelo menos neste aspecto, o ser humano se pareça mais com os outros seres desta era. Enfim, se uma lista fosse feita com todas as necessidades humanas, poder-se-ia escrevê-las em papel e empilhar as folhas para que formassem um pilar que atravessaria o céu, caso não acabasse o papel e a tinta das penas antes, é claro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas, por mais que toda a existência possa parecer insignificante perante a presença do tempo, não pode deixar de ser relevante para aqueles que vivem em seu tempo e acreditam que suas vidas possuem algum sentido maior do que eles possam compreender por completo. Ah, sim, essa é mais uma das necessidades humanas. O homem precisa de uma razão para viver. Talvez por isso suas lendas sejam tão interessantes. Diante de tantas vontades, não é de se estranhar que os humanos possuam tantas histórias para contar. Afinal, não é fácil viver todos os dias em busca de algo, e nunca sentir-se totalmente saciado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enfim, não penso que alguém irá um dia ler esta carta, mas precisava escrevê-la mesmo assim. Para finalizar os devaneios, escrevo abaixo as palavras daquele que um dia foi o mais entusiasmado, egoísta e talentoso músico que já conheci. Meu aprendiz e amigo…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“<i>A vida é uma melodia que pode ser triste ou feliz, dependendo de como você a toca… E como hoje acordei de bom humor, será uma melodia alegre, contanto que me prestigiem com uma peça de prata quando terminar a canção, ou ao menos me paguem uma bebida</i>”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para ser justo, devo inserir também alguma memória de um outro grande amigo, afinal de contas éramos três, e odiaria que ele encontrasse esta carta e percebesse que não fiz nenhuma menção a ele. Até porque, eu sempre impliquei com o sujeito, aproveitando do seu excesso de paciência, mas a verdade é que este é o típico caso onde o aprendiz é mais sábio que o mestre. Que constrangimento... espero que ele nunca leia esta carta…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“<i>Apenas uma coisa é mais poderosa que a vontade de um deus: a convicção de um homem</i>”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Viu? Não disse que ele fala como um sábio? Do tipo que fala pouco, mas diz muito. Desgraçado…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu poderia citar muitas outras coisas que fazem sentido pelo menos para mim, mas já é hora de terminar esta carta. Sou péssimo com encerramentos, e também não costumo ser formal, então deixo aqui nada mais que um singelo <i>até logo</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b><i>Aldesfer Duragan</i></b></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-72366204797651409622012-03-20T16:23:00.006-07:002015-02-19T10:34:58.625-08:00Dragoria - Contos Perdidos (Parte II)<div style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 13.5pt;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Mais uma noite fria chega à capital de Dragoria. O rei
Belthasar Ganfourt esperava sentado na escadaria que levava à entrada do
castelo. Seus servos já estavam acostumados a ver seu senhor jogado em um
canto qualquer. Certa vez, em uma reunião com alguns nobres do sul, todos
esperavam por sua presença à mesa para tratar de negócios. Mandaram construir
uma poltrona de ouro e topázios apenas para a especialíssima ocasião.
Belthasar chegou, ignorou o assento, sentou sobre a mesa, serviu-se de vinho,
bebeu dois goles e arrotou.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Duas crianças com arcos nas mãos corriam na direção do Velho Leão.
O mais jovem tinha oito anos, o outro doze. Atrás deles vinha um homem
aparentando trinta anos de idade, usando uma bela armadura de couro com um broche
prendendo sua capa.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Estão atrasados! Ausdir, que treino mais demorado é esse? - indagou o rei.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Perdão, meu senhor, os garotos estavam empolgados, eles evoluíram
bastante. São muito esforçados - o servo era alto e esguio, carregava uma
espada curta na cintura.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Se me chamar de "meu senhor" mais uma vez, quebro o
seu nariz, e cada vez que você se esquecer que deve me chamar apenas de Leão,
terá um osso quebrado, ouviu bem? - a voz rouca do leão ameaçava ainda mais que as palavras.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">O servo real engoliu em seco, esboçou um sorrio amarelo e disse:</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Sim, meu se... sim grande leão.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O rei se levantou calmamente, caminhou em direção ao guarda, tentando manter a afeição séria, mas não o fez muito bem. Deixou as gargalhadas escaparem. Suas risadas foram acompanhadas pelas risadas forçadas de Ausdir. Os dois garotos
observavam tudo, já estavam acostumados com a cena.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Hoje eu acertei o alvo a vinte metros de distância – disse o garoto
mais velho, se gabando.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Pare de se exibir! – retrucou o mais jovem.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Parem vocês dois! Se quiserem provar alguma coisa, tentem
alcançar o grande leão!</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Belthasar saiu correndo pelo castelo, seguido pelos garotos que
tentavam alcançá-lo. Mesmo aos sessenta anos de idade, ainda sobrava fôlego para
correr e brincar com seus filhos mais novos. Adorado em todo o reino de Dragoria,
sua história fora escrita nos campos de batalha. Após muitos anos de
conflitos, Tenemus e Dragoria passavam por um
período de algo parecido com paz. Mas ninguém sabia quanto tempo iria durar.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">(...)</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Os comandantes do exército dragoriano estavam presentes no salão
principal, à espera do rei que, como de costume, estava atrasado. Além deles
havia também alguns conselheiros, nobres de famílias importantes e soldados
experientes.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">E então surgiu o rei, seguido por seu filho mais
velho, Richard Ganfourt, de vinte e cinco anos, com sua armadura prateada ostentando a cara de
um leão moldado no peitoral, portando sua espada de duas mãos. O filho do
grande leão era conhecido como “Leão Branco”, e desde os dezoito anos de idade já
estava na linha de frente do exército dragoriano.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Richard se posicionou ao lado dos comandantes,
enquanto seu pai completava seu percurso até o trono. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O rei, após sentar-se, olhou para
os lados, e com expressão de desapontamento perguntou:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Onde está o meu vinho?</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Um servo se aproximou rapidamente para o servir.</span><u2:p style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"></u2:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"> Um
dos comandantes, o mais velho deles, portando um grande escudo e uma espada, se
aproximou e começou a falar:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Grande Leão - iniciou, com cautela. - Venho
servindo fielmente durante décadas, sem nunca contestar ou questionar suas
ordens. Servi ao seu lado em todas as batalhas, estive na linha de frente em
todas as vezes que nossas espadas tiveram que proclamar a justiça e a paz do
reino de Dragoria. Não me entenda mal, meu senhor, mas a rainha
morreu misteriosamente há mais de dois anos, e de lá para cá coisas estranhas
vêm acontecendo em todos os nossos campos. Por que temos tanta confiança
em Tenemus, sendo que eles foram nossos inimigos por gerações? - a fluidez do discurso revelava que o sujeito havia decorado a fala antes de divulgá-la.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Todos estavam comentando em voz baixa e sussurrando
sobre as palavras do Comandante Barvarus II, já que ele falava não apenas por
si mesmo, mas por todos os que ali estavam.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Barvarus, o que aconteceu com a rainha foi uma
fatalidade, um acidente! – disse um dos conselheiros.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Cidades vêm sendo saqueadas nos arredores das fronteiras
com Tenemus! - bradou um soldado, em contestação.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Plantações foram totalmente devastadas, e os
camponeses disseram que viram homens de capa azul deixando o local com seus
cavalos! - outro nobre adicionara lenha à fogueira da discussão.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Mais e mais indícios eram apontados pelos nobres
daquela sala. O príncipe apenas observava, já sabendo como seu pai reagiria.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O Grande Leão levantou de seu trono e sacou sua
espada. O som do metal deslizando na bainha fez com que todos se calassem.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Vocês querem sangue? Querem batalhas e sacrifícios?
– gritou o rei.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Não se trata de sacrifícios, meu senhor. Queremos
justiça.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Todos na sala levantaram suas espadas e gritam o nome
de </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Dragoria</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>O príncipe se aproximou de seu pai:</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Entendo que o senhor tenha lutado por paz durante
anos, meu pai, mas mesmo a paz precisa de manutenção. Não podemos fingir que
não está acontecendo nada, não podemos nos cegar diante desses ataques.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- O que aconteceu com a sua mãe foi uma fatalidade! O
que Tenemus poderia ter a ver com um acidente a cavalo?</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- E por acaso temos controle sobre nossos criados?
Sabemos quantos de nossos servos são ou não são estrangeiros? E mesmo que não
fossem, o senhor sabe muito bem que o ouro pode comprar a alma dos homens mais
mesquinhos.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Homens sem honra - reforçou o rei.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- O senhor me ensinou que felinos adotados podem ser
traiçoeiros, talvez alguns de nossos homens também sejam - as palavras do príncipe eram sensatas e calculadas. O contrário do impulsivo pai.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Belthasar caminhou em direção ao centro da sala, rodeado por seus
soldados.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Justiça será feita, eu...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Foi quando um soldado adentrou correndo pelo salão
principal, quase sem fôlego e aparentemente exausto.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Senhor, senhor! Os garotos! A carruagem onde eles
estavam, senhor, precisamos encontrá-los!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Os filhos do rei haviam saído para passear após o
almoço, guiados por Ausdir, iriam aos arredores da cidade de Namish.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- O que aconteceu com meus filhos?! - perguntou o monarca, já preocupado mesmo sem saber a resposta; coisa boa não poderia ser.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Venha meu senhor, eu explicarei no caminho.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Os nobres ficaram surpresos com a interrupção, sem entender
o que estava acontecendo, começam a conversar em voz alta, causando confusão e
muito barulho. Em meio a isso, rapidamente é organizada uma equipe para sair em
busca dos filhos do rei. Enquanto preparavam os cavalos, o soldado explicara
que havia recebido um pergaminho enviado por Ausdir, através de um mensageiro.
No pergaminho dizia que foram pegos em uma emboscada na floresta a caminho de
Namish, e que eram cinco os inimigos restantes: soldados de elite.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Ausdir não poderia lutar contra todos e proteger os garotos
ao mesmo tempo. Solicitou que reforços fossem enviados imediatamente.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O rei partiu em direção à floresta, acompanhado de dez
de seus mais habilidosos soldados. Richard foi obrigado a ficar no castelo para
representar seu pai enquanto ele não estivesse.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>São mais de seis horas de cavalgada, a noite chega.
Adentram a floresta.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Devemos nos dividir para aumentar nossas chances de
encontrá-los, a floresta não é pequena – disse um dos soldados.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Se nos separarmos, perderemos nossa vantagem
numérica – respondeu outro cavaleiro.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Todos pensam em sugerir que voltem para o castelo e
retornem as buscas no outro dia, mas ninguém fala a respeito, sabiam que o rei
só sairia daquela floresta com seus filhos.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>Ouviu-se um grito de dor, todos olharam para trás, um
dos soldados estava com uma flecha cravada no meio do peito. Seu cavalo saiu em
disparada derrubando o corpo e deixando-o para trás. Os outros cavalos também
se agitaram.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Apareçam covardes! – bradou o Rei.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Mais setas são atiradas, e mais dois soldados caem. O
cavalo do rei é atingido, e acaba caindo também. Belthasar rola pelo chão, mas
rapidamente se levanta.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>Todos são abatidos um a um, até sobrar somente o
rei, e outros dois soldados. As flechas parecem vir de três pontos diferentes.
Belthasar puxa uma adaga da cintura. A lâmina prateada brilha, o aço cintila no escuro. Em um movimento
rápido, ele a atira para a esquerda ao breu da floresta, dois segundos depois, o som de um corpo caindo do alto de um galho de árvore reverbera alto como um estrondo.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Um covarde ao chão! – comemorou o Grande Leão.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">As flechas cessaram.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Surgem dois homens por entre as </span><span style="line-height: 24px;">árvores</span><span style="line-height: 150%;">. Um deles é Ausdir. Ele está com
os dois filhos do rei, que estão desacordados e amarrados.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Mas o que significa isso? - a fúria sendo cuspida
pela boca do rei.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O servo permanece em silêncio.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O outro homem era um sujeito vestindo um manto marrom
que cobria todo o seu corpo. Tirou o capuz em um movimento lento, empurrando-o para trás, aparentava ter cerca de
quarenta anos, tinha cabelos e olhos negros. Em sua mão, um arco, nas costas: uma
aljava sem flechas.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Impressionante. Como conseguiu acertar meu
subordinado com uma adaga a metros de distância na escuridão da floresta? –
perguntou o inimigo misterioso.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Leões possuem olhos capazes de enxergar muitas
vezes melhor que qualquer homem, mesmo na noite - uma história que ele ouvira de um velho conselheiro, e mesmo sem comprovar a veracidade, tomou como verdade.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Você não é leão, rei de Dragoria. É
apenas um velho que já foi forte um dia, e que hoje é apenas uma sombra do que
costumava ser - rebateu Ausdir.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Um dos soldados que havia sobrevivido ao ataque
apontou sua espada para os inimigos.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Terei sua cabeça!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Num movimento impensado, partiu pra cima do inimigo atacando com um corte
diagonal. O misterioso oponente desviou facilmente dando um passo ao lado,
com suas mãos, imobilizou os braços do soldado e, usando seu pé direito, aplicou uma
rasteira que jogou seu adversário no chão. Tomou-lhe a espada e atravessou sua
garganta.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Agora tenho uma espada. Eu sabia que não precisaria
carregar mais do que um arco. Seus soldados me equipariam com suas armas.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Se atacarem de novo, não irei poupar a vida desses
garotos – ameaçou Ausdir.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Eu vou arrancar a sua cabeça com meus próprios
dentes, seu traidor! – a voz do rei era imponente.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Sua vida pela vida de seus filhos. Tem minha
palavra. Não deixarei que os machuquem – arriscou o assassino.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Lutaremos aqui e agora, para pôr um fim nisso! - o
rei convidava para um duelo.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">E então uma flecha atravessou o pescoço do outro
soldado que havia restado. Ele caiu no chão enquanto seu sangue quente espirrava banhando as botas do rei.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Quando as flechas começaram a ser lançadas, demorei
um tempo para perceber que eram três inimigos ao invés de cinco. Abati um com a
minha adaga, então... deveriam restar apenas vocês dois - Belthasar murmurava, tentando entender o que estava acontecendo.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Você é tão cheio de si, que em momento algum passou
pela sua cabeça que o seu ataque poderia ter falhado? - perguntou Ausdir.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">E um um homem ferido surge como um fantasma na noite, com seu arco já
acordoado, apontado a seta na direção ao Grande Leão. Em seu ombro direito, um
corte feito por lâmina deixava escorrer um filete de sangue. Belthasar logo percebeu que sua adaga havia feito
aquilo.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Vamos, me ataque, eu esmagarei vocês três! - o leão nunca desistia.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">A flecha é disparada. Belthasar brande sua
grande espada e parte a flecha em dois, em pleno ar, o impacto muda a
trajetória da parte dianteira que é desviada de seu alvo. Ausdir, incomodado com a destreza do rei, largou as
crianças no chão e partiu para cima do adversário. As espadas de ambos os
combatentes se encontraram e o som estridente das lâminas ecoou pela floresta. Belthasar conseguiu segurar sua espada com uma das mãos em um instante, soqueando seu
inimigo no rosto em um movimento veloz, voltando a segurar a espada com as duas
mãos. Com um ataque certeiro, golpeou o peito de seu antigo servo, abrindo um
grande corte em seu tórax. Ausdir é jogado para trás.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Mas então o rei sentiu a dor aguda fincando na alma. Uma flecha atravessara a perna de Belthasar, em uma das
frestas da armadura, onde acabava a joelheira. Mais uma flecha, agora na
panturrilha da outra perna. O Leão caiu de joelhos, de costas para seu inimigo.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Nos contos antigos - a voz vinha do arqueiro ferido -, afirmava-se que o leão era
extraordinariamente feroz e ágil, e que a única maneira de despistá-lo era
deixando espelhos para trás. O leão seria distraído por seu próprio reflexo,
pensando tratar-se de um filhote. Não é irônico? Você não parece tão feroz
caído de joelhos. Acaba de ser derrotado justamente por vir atrás de seus
filhotes. Agora, tanto você quanto eles serão mortos - o</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"> som do arqueiro preparando-se para atacar
pelas costas com sua última flecha fazia a coragem de Belthasar congelar. Esticou a corda até o seu ponto máximo.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Diga-me seu nome, meu ceifeiro! – Belthasar estava
ofegante e cuspia sangue, mas exigia saber o nome de seu algoz.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>- Jon Roward – respondeu o Arqueiro, sem vacilar.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">A flecha atravessou o crânio do Grande Leão, saindo
pelo seu olho esquerdo. Seu corpo sem vida caiu no chão como um objeto inanimado qualquer.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><u2:p></u2:p>As crianças acordaram, olhando para o corpo de seu pai
que está morto diante de seus olhos. Elas demoram para assimilar a realidade.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Digam ao príncipe que hoje começou as investidas do
caçador de leões, e que ele não mata filhotes - apesar de ter dito ao rei que mataria seus filho, não era verdade. - </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Agora vão, antes que eu mude de ideia.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">As crianças correm chorando, desorientadas. Se
quiserem ser leões de verdade, terão que sobreviver à floresta.</span></div>
<div style="line-height: 12.5pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u3:p></u3:p><u3:p></u3:p><u3:p></u3:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; orphans: auto; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="line-height: 115%;">
<u1:p></u1:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p><u2:p></u2:p></div>
</div>
</div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-47397634155901219132012-02-29T06:10:00.004-08:002015-02-19T10:31:32.906-08:00Dragoria - Contos Perdidos (Parte I)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Graças aos costumes e códigos de honra que atravessam as gerações
através dos séculos, ainda existia uma esperança àquelas pessoas. Soldados
entre quinze e setenta anos, jovens que pouco sabiam sobre a vida, pais de família,
patriarcas e anciões que gastavam todo o resto de suas forças para segurar uma
espada. Mas quando a matança começa, não há salvação para quem empunha uma
lâmina, nem mesmo para aquele que mata para proteger. A justiça virá para
todos. O fim virá para todos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Com o derramamento de sangue e as lutas incessantes, os dois reis
chegaram a um acordo. A guerra estava prestes a ser decidida em um duelo mortal
entre os melhores combatentes dos dois exércitos.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Duas massas de pessoas se formaram em extremos opostos do campo de
batalha: uma planície rochosa. O sol castigava os soldados que já estavam
completamente exaustos.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Do lado esquerdo da planície, o grande campeão Belthasar Ganfourt,
se preparava para o duelo. Usava uma armadura de placas metal, sendo que o peitoral já
estava parcialmente banhado por sangue inimigo. Tinha também um capacete no
formato da cabeça de um leão com a boca aberta. Sem dizer uma palavra,
pegou sua grande espada que estava encravada no chão. Olhou para trás e fitou o
rei com um olhar de fúria, rapidamente virou sua atenção para frente novamente,
e seguiu rumo ao exército inimigo. Quando chegou na metade do caminho, parou,
apoiou sua espada no chão com uma de suas mãos e aguardou.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Alguns metros do outro lado, usando também uma armadura de placas, mas sem elmo,
com seus cabelos compridos, o destemido Klaus Roward. Orfão e pobre, sua vida
sempre foi uma batalha. A guerra representava apenas mais uma de suas lutas.
Empunhava uma espada curta na mão direita, e na esquerda carregava um escudo redondo já bastante danificado. Nas costas, uma lança de madeira com a lâmina em forma
de losango, moldada para perfurar. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Antes de partir, recebeu os cumprimentos de dois generais e do rei
em pessoa, mas Klaus não parecia motivar-se com isso, olhou para o inimigo que
o esperava solitário, e nenhuma chama de bravura se ascendeu dentro de si,
sequer a adrenalina parecia disposta a percorrer seu organismo; não se sentia
preparado para o duelo. Caminhou na direção de seu inimigo e parou a cinco
metros de distância. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Ambos trocaram olhares intimidadores durante alguns segundos. Os
dois exércitos começaram a gritar e incentivar os guerreiros que estavam
prestes a sacrificar-se por suas nações.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O "Grande Leão” de Dragoria ergueu sua espada com as duas mãos, para assim partir para cima de Klaus com uma voracidade indescritível. </span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Belthasar foi encontrado ainda criança perdido em uma floresta,
carregava uma adaga ensanguentada. Procurou sobreviver ao rigoroso inverno,
cobrindo-se com o couro de um leão, e em seu pescoço, um colar feito com os
dentes do animal. Antes mesmo dos vinte anos de idade, já era um dos mais
renomados capitães do exercito dragoriano.</span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Klaus não esperava que o inimigo fosse atacar tão rapidamente. A
grande espada passou zunindo o seu ouvido, cortando o ar ao lado direito de seu
corpo. Aquele passo de esquiva foi resultado de puro reflexo, mas o jovem
guerreiro do reino de Tenemus ainda não havia despertado seu espírito de
batalha para aquele momento.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Seus pais foram mortos na ultima guerra há mais de quinze anos. Klaus
cresceu com o objetivo de se tornar um grande soldado e defender a todos de seu
reino. Mas para alguém que amadureceu em meio a tantas batalhas, sua vida
parecia não fazer sentido. Era um soldado pacifista, que matava para proteger.
Entretanto, o fato de que ceifava vidas que cresceram com o mesmo propósito que
o dele, o atormentava a cada minuto. Um guerreiro da paz que banhava em sangue aqueles
que colocavam em risco a vida de seus companheiros.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- O que dizem é verdade, você é rápido! – exclamou Belthasar.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O jovem Klaus ainda estava afônico enquanto o inimigo se aproximava a
passos cautelosos.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Seu olhar entrega o seu medo. Aposto que já matou
muita gente, mas era diferente, não é mesmo? No calor da batalha, você só tinha
que defender seus amigos e a si mesmo. Agora, precisa matar um oponente em uma
luta sem volta! – atacando novamente, com um corte reto de cima para baixo, sua
espada se encontrou com a lâmina do jovem oponente, que foi jogado para trás com a
força do impacto. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Nesse instante, os soldados de Dragoria gritaram euforicamente e
levantaram suas mãos para o céu, estavam certos da vitória de seu representante.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- O “Grande Leão” não é mesmo? – perguntou Klaus enquanto se
levantava olhando fixamente para o inimigo.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- É como me chamam. E quanto a você? Ouvi dizer que era um
habilidoso guerreiro, mas mais se parece com uma lebre assustada, estou
desapontado – notava-se a ironia transbordando em cada palavra dita por
Belthasar.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">- Seu nome é temido em todo o reino de Tenemus, mas só o que eu
vejo é uma fera empunhando um pedaço de metal. Posso ver a carne pelas frestas
da armadura, você não é invencível, é tão comum e mortal quanto eu –
finalmente uma chama ascendeu-se no coração do jovem.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Mais uma vez a espada de Dragoria vinha na direção de Klaus, que
usou o escudo para amortecer o impacto. Usando apenas a mão esquerda para
segurar o escudo, conseguiu parar por completo o ataque do inimigo, que ficou perplexo ao perceber que sua investida fora ineficaz.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O escudo começou a rachar, e gradativamente se desfez em pedaços,
até que a lâmina inimiga encontrou seu braço desprotegido e o cortou superficialmente, finalizando o ataque falho.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Klaus usou sua espada curta para perfurar o abdômen de seu oponente
com uma investida certeira. Deixando a lâmina enterrada em seu corpo,
derramando um filete de sangue.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Os dois exércitos permaneceram em silêncio durante alguns segundos, até
que os soldados de Tenemus começaram a gritar e pular, festejando a vitória
iminente.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Klaus usou a sola do pé direito para empurrar Belthasar, que caiu de
costas no chão. Durante esse movimento, aproveitou para retirar a lâmina das
entranhas do inimigo. Virou-se deixando o corpo estirado para trás, indo a
passos lentos em direção ao seu exército. A vitória era certa.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">E foi quando ouviu um rugido feroz seguido
de uma dor estridente que não durou mais do que dois segundos, que percebeu que não é a honra que garante a sobrevivência. Seu corpo foi atirado para a frente devido a força do golpe que levara pelas costas. Mesmo
sua armadura não fora suficiente para protegê-lo de um ataque como
aquele. Sua lança de madeira fora cortada em duas partes. Usando as duas mãos,
Belthasar disparou um ataque fatal contra as costas de seu inimigo, partindo
sua espinha dorsal.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">O jovem guerreiro, caído no chão, quase agonizando, fitando os pés
de seu carrasco, junta forças para cuspir suas últimas palavras:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Você não tem honra.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Belthasar respondeu de imediato:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">- Felinos podem ser traiçoeiros.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Usando sua grande espada, atravessou o crânio do jovem caído.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Não foi nessa guerra que o “Grande Leão” rugiu pela ultima vez.</span></div>
<u1:p></u1:p></div>
</div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-15756688584265221972011-08-07T21:53:00.000-07:002015-02-18T08:21:39.228-08:00A Verdade por trás de Piedade<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><b>Nota do Phil do Futuro (2014):</b> bom, este texto foi escrito há alguns anos, numa época em que eu escrevia o que me vinha à cabeça, e não me preocupava tanto com a organização das ideias, mas sim com a liberdade da escrita em si, e em extravasar opiniões (fossem elas momentâneas ou sólidas) sobre qualquer assunto. O texto abaixo seguiu a linha de raciocínio que eu tinha na época, e foi escrito conforme eu ia pensando, sem revisões ou coisas do tipo. Deixo ele salvo aqui apenas por se tratar de um arquivo que me ajuda a olhar para o passado e analisar se tive alguma evolução não somente na escrita, mas na maneira de enxergar as coisas. Hoje tenho uma filosofia um pouco diferente: faça o que bem entende, só não me encha a porra do saco. Mas você vai perceber que as palavras abaixo ilustram uma opinião muito mais direcionada, e que hoje eu já não julgo como certa ou errada, porque não me importo. Bom, já advoguei a favor do meu Eu do passado, até mais.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><b>(...)</b></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">"A</span><span style="line-height: 150%;">cima de tudo, é preciso ter respeito por toda e qualquer forma de
vida, seja ela consciente ou não." </span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">É partindo desta premissa que meu raciocínio segue e desenvolve
este texto.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">A vida na Terra é um grande sistema, onde tudo contribui para
tudo, diretamente ou indiretamente. Então, por meio deste texto pretendo
mostrar minha análise sobre esse sistema e sobre a supervalorização de algumas
formas de vida.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Estive lendo alguns sites sobre vegetarianismo, e percebi que
muitas pessoas se agarram a um motivo específico como principal razão para
parar de comer carne; um dos motivos é<i> a morte dos animais</i>. </span><span style="line-height: 150%;">Claro que não se trata apenas da morte, mas da dor, sofrimento e
agonia, que nós como seres humanos dotados de empatia, sentimos quando vemos outro
ser vivo e com sistema orgânico semelhante ao nosso passar por mutilações e
sofrimentos abomináveis. Quando digo “sistema orgânico semelhante ao nosso” me
refiro ao fato de os animais terem órgãos internos, terminações nervosas,
órgãos sensoriais, entre outras características que nos diferem e muito dos
seres vivos de outros "reinos", como os vegetais por exemplo, mas isso vou
retomar mais tarde.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Também não é meu objetivo me opor aos vegetarianos ou seja lá quem
for. Longe disso. Até admiro aqueles que seguem uma linha de pensamento
construtiva e que pensam nos outros seres (não apenas humanos), pois levo em consideração tudo aquilo que possui vida, desde o animal mais complexo e estruturado, até
ao menor ser unicelular que possa existir, e que pelo fato de ter uma vida assim tão “simples”, não deixa de ser tão complexo quanto o primeiro que citei.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Agora, por favor, tentem seguir essa linha de raciocínio: todo o
sistema de vida na Terra está interligado. Um ser vivo só pode se alimentar de
algo que também já tenha sido vivo. Soja, milho, vegetais em geral, frutas,
tudo isso é orgânico, tem sua própria maneira de se
desenvolver, de se adaptar, de tentar se proteger; resumindo: é uma forma de
vida. Claro que até onde sabemos e compreendemos essa forma de vida não possuí
um padrão de consciência; não sentem dor, etc. Todos usufruímos dessas formas
de vida para a obtenção de energia, e assim continuarmos vivos. Plantamos,
colhemos na época certa, preparamos e comemos, é assim que funciona o nosso ciclo
de absorção de energia quando usufruímos de vegetais e cereais, por exemplo.
Em relação ao mundo animal. Existe todo um sistema envolvido também, assim como
no vegetal. O ser humano tem fazendas, com criação de gados por exemplo. Cria
os gados, os vende, eles são abatidos, chegam nos açougues, nós compramos,
preparamos e comemos, e é assim que funciona o ciclo quando usufruímos da
energia de outros animais. Nesse ciclo, pulei partes importantes que merecem
destaque. Como no caso das criações de gado e outros animais unicamente para abate, onde os animais
são privados de sua liberdade, passam a vida inteira apenas sendo preparados
para depois serem mortos, passando por um processo extremamente doloroso e
cruel.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Ok, isso é verdade.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Enfim, até agora só citei fatos de uma maneira bem breve, mas não
mostrei onde quero chegar. O ponto é: pessoas que não comem carne com base na
premissa “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">não como
seres vivos, não maltrato, não desrespeito a vida”</i> estão se enganando. </span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">A realidade, ao meu ver, é algo bem aceitável, e comum, que não
precisaria ser disfarçada por um lema falso de respeito à vida animal.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">As pessoas, principalmente aquelas com empatia, sofrem ao ver
outras formas de vida sofrendo também. No caso dos animais, que são seres
inocentes e movidos pelo instinto, é realmente cruel imaginar esses seres sendo
massacrados um após o outro, triturados, fatiados, muitos ainda vivos e
sentindo dor. E é daí que partem as propagandas sensacionalistas com imagens
comparando cenas de animais em seu habitat natural, vivendo normalmente, e os
mesmos animais tendo suas carnes fatiadas e suas vidas tiradas de maneira
brutal, para o nosso consumo. </span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">A resposta então seria: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">não consigo suportar
o fato de que animais passam por tamanho sofrimento, sentem tanta dor e têm
suas vidas tiradas unicamente para nos satisfazer, sendo que nós conseguiríamos
sobreviver sem o consumo de carne, ou seja, sem usufruir da vida animal.”</i></span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><br /></i></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Porém se a resposta fosse: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Não consigo suportar
o fato de que seres vivos tenham suas vidas tiradas unicamente para nos
satisfazer</i>”, a resposta estaria completamente errada.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Tudo o que pode ser plantado é vivo. A diferença esta na
complexidade desses dois fenômenos distintos, entre a vida vegetal e animal.
Para nós, hoje, é completamente aceitável a diferença entre uma vida animal e
vegetal, pois partimos do conceito que animais sentem e plantas não. Isso já é
o suficiente para simplesmente ignorar a presença da vida vegetal, sem que essa
tenha algum direito de completar o seu ciclo de vida sem nossa intervenção. Mas
não se esqueçam que até esses seres possuem um ciclo, se não forem colhidos na
época certa, o tempo passa, eles envelhecem, apodrecem, e morrem como qualquer
ser VIVO. </span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Óbvio que nos alimentamos de animais, vegetais, cereais, tudo o
que é vivo. O objetivo não é dizer: não comam os animais, não comam os
vegetais, não comam isso ou aquilo, porque é vivo. Mas sim: aceitem essa
verdade. Hoje existe uma extrema valorização da consciência, e a mesma vem
tendo seu conceito alterado e modificado por cada pessoa que se julga no
direito de fazê-lo. A verdade é que não é preciso ter consciência para ter
vida, não importa se estamos falando de um vegetal ou de um animal; vida é
vida. Infelizmente, para conseguirmos os nutrientes necessários para nos mantermos vivos é necessário usufruir de outros seres vivos, esse ciclo é marcado por
constantes sacrifícios e constantes revitalizações. Os seres nascem e morrem.
Simples assim. Complexo assim. Misteriosamente assim.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Ou seja, você poderia dizer <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“eu não como animais
por causa do meu sentimento de pena em relação a eles, mas isso nada tem a
ver com meu respeito para com seres vivos.”</i></span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><br /></i></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Assim você estaria pelo menos expondo a verdade, para si mesmo e
para os outros.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">O primeiro ser vivo de que se tem conhecimento no nosso planeta é
uma bactéria. E a partir dela foram formando-se outros seres vivos, que deram
origem a todos os seres que conhecemos hoje na Terra. Agora, você pode
simplesmente ignorar o fato de uma bactéria ser algo vivo, por saber que hoje
existem seres mais complexos, ou aceitar a verdade, de que uma bactéria é tão
viva quanto o frango que você não comeria, por não querer tirar a vida dele.
Sendo que logo depois é provável que você mate o inseto que pousou na sua
perna, simplesmente porque ele está lá. Se você acha que uma
mão gigante esmagando um ser minusculo é algo diferente de crueldade, eu
realmente não te entenderia.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">As pessoas têm seus motivos para optar entre comer ou não comer
determinadas coisas, e ninguém tem nada a ver com isso. Mas antes de querer
convencer alguém (ainda mais usando meios sensacionalistas para isso) de que
comer isso ou aquilo é errado, pelo menos use os argumentos certos, e exponha
verdades.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Não é a consciência que torna algo vivo ou não.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Do mesmo modo que uma pessoa em estado vegetativo não deixa de
estar viva por não estar consciente. Claro que um ser humano ou um animal se
diferem de uma planta, mas mesmo que um ser não possua cérebro, vida é vida.</span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="line-height: 150%;">“Quando foram mostrados rostos conhecidos a um paciente
inconsciente em estado vegetativo persistente, a chamada área da face (a junção
occipitotemporal, no giro fusiforme) acendeu-se em um exame de tomografia
funcional, á semelhança do que ocorre em pessoas normais e conscientes das
impressões de seus sentidos. A moral da história é simples: a capacidade de
produzir padrões neurais para algo a ser conhecido é preservada mesmo quando a
consciência não esta mais sendo produzida” </span></i><u style="line-height: 150%;"><span style="line-height: 150%;">- Antonio Damásio</span></u></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
</span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-23721341889420108132011-07-07T16:57:00.003-07:002015-02-13T10:54:02.931-08:00Sobre a vida depois da morte (Carl Jung)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...) </span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
É preciso não esquecer que para a maior parte dos homens é de grande importância supor que sua existência atual terá uma continuidade indefinida após a morte. Vivem então mais razoavelmente, comportam-se melhor e permanecem mais tranqüilos. Acaso não temos séculos e séculos á nossa frente e não dispomos de uma duração infinita? Então para que essa precipitação que não tem sentido?<br />
<br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Naturalmente nem todos pensam assim. Há pessoas que não sentem nenhuma necessidade da imortalidade e que se arrepiam á idéia de ficar durante milênios sentados numa nuvem tocando harpa! Também há outros tão maltratados pela vida e que experimentaram tal desgosto pela própria existência, que um fim absoluto lhes parecerá bem mais desejável do que qualquer forma de continuidade. Mas na maior parte dos casos, a questão da imortalidade é tão premente, tão imediata, tão enraizada, que urge tentar uma concepção a esse respeito, mas como será isso possível?<br />
<br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Minha hipótese é de que podemos alcançar esse propósito graças às alusões que nos envia o inconsciente como, por exemplo, nos sonhos. Freqüentemente recusamo-nos a levar a sério essas indicações porque estamos convencidos de que não há resposta a questão. A este ceticismo, bem compreensível, aliás, oponho as seguintes sugestões: se nos é impossível penetrar na essência de um fenômeno, devemos renunciar a fazer dele um problema intelectual. Ignoro por quais razões surgiu o universo e nunca o saberei.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O homem deve provar que fez o possível para formar uma concepção ou uma imagem da vida após a morte, ainda que seus esforços seja confissão de impotência. Quem não o fez, sofreu uma perda. Porque a instância interrogativa que fala nele é uma herança muito antiga da humanidade, um arquétipo, rico de uma vida secreta que desejaria juntar-se á nossa vida para perfazê-la. <br />
<br />
A razão nos impõe limites muito estreitos e apenas nos convida a viver o conhecido, ainda que com muitas restrições, e num plano conhecido, como se conhecêssemos a verdadeira extensão da vida. Na realidade, nossa vida, dia após dia, ultrapassa em muito os limites de nossa consciência, e sem que saibamos, a vida do inconsciente acompanha a nossa existência. Quanto maior o predomínio da razão crítica, tanto mais nossa vida de empobrecerá.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O inconsciente nos dá uma oportunidade, pelas comunicações e alusões metafóricas que oferece </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(...)</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Memórias, sonhos e reflexões - Carl Gustav Jung </span></b><br />
<br /></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-70092455094385638292011-05-03T14:59:00.000-07:002015-02-17T06:16:36.451-08:00Coisas da Psicologia, baseado nas Teorias de Freud PT 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">* Id, Ego e Superego (segunda Tópica – Freud).</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Ego</u>: é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do Id e as exigências da realidade e as “ordens” do superego. É ao ego que a consciência se acha ligada. Em suma, o ego é um mediador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação, considerando as condições objetivas da realidade, já que é esse o princípio pelo qual é regido, a realidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u><span style="line-height: 115%;">Id</span></u><span style="line-height: 115%;">: constitui o reservatório de energia psíquica e é onde se localizam as pulsões: a de vida e a de morte. É regido pelo princípio do prazer, sendo assim, amoral e atemporal. </span><span lang="PT" style="line-height: 115%;">O Id enquanto instância psíquica é inconsciente - corresponde ao inconsciente da primeira tópica.</span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u><span lang="PT" style="line-height: 115%;">Superego</span></u><span lang="PT" style="line-height: 115%;">:</span><span lang="PT" style="line-height: 115%;"> </span><span style="line-height: 115%;">O superego é um elemento estrutural do aparelho psíquico, e começa a se constituir com a resolução dos conflitos edípicos da fase fálica. O</span><span lang="PT" style="line-height: 115%;"> superego representa </span><span style="line-height: 115%;">a moralidade </span><span lang="PT" style="line-height: 115%;">e o seu</span><span lang="PT" style="line-height: 115%;"> conteúdo se refere às exigências culturais e sociais.</span><span lang="PT" style="line-height: 115%;"> </span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">* Funções do Ego. Mecanismos de defesa.</span></b></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O ego possui algumas funções básicas, como por exemplo: percepção, memória, sentimentos pensamentos, linguagem e consciência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Todos estão acostumados a ouvir e falar sobre a memória, mas será que todos sabem como ela funciona? Provavelmente não. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A memória é a capacidade de lembrar ou recordar sensações, impressões ou idéias. <span lang="PT">Através dela podemos reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis. A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de lembranças e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias. Um exemplo disso, é que possívelmente após ler essas informações, uma pessoa vá lembrar desse pequeno parágrafo, quando precisar utilizar a memória para lembrar onde colocou as chaves do carro. Pois essas informações que a pessoa acabara de ler, também estarão disponíveis e podem ser lembradas graças a memória.</span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Falando agora sobre os mecanismos de defesa, podemos dizer que são processos realizados pelo Ego e são incoscientes, acontecendo independente da vontade do indivíduo. Estes mecanismos visam afastar da consciência certos conteúdos, afim de proteger o aparelho psíquico. Para entender estes mecanismos, basta pensar que para evitar um possível “desprazer” a pessoa deforma ou suprime a realidade, deixando de registrar percepções externas, afastando determinados conteúdos psíquicos, interferindo no pensamento. Enfim, as pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade que sentem em uma situação perturbadora.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<u style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;"><span lang="PT">Recalque</span></u><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">: </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">O recalque consiste na exclusão dos impulsos e suas representações ideacionais do consciente. Ocorre sempre que um desejo, impulso, ou idéia, ao se tornar consciente, provoca um conflito insuportável, resultando em ansiedade. No recalque ocorre uma supressão de parte da realidade, ou seja, o indivíduo “não vê” ou “não ouve” o que está acontecendo. </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um exemplo disso é quando entendemos como permissão uma proibição, porque não ouvimos o “não”.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Regressão</u>: quando deparado com uma frustração ou perturbação, o indivíduo passa para etapas anteriores do seu desenvolvimento, passando para modos de expressão mais primitivos. O choro das pessoas em determinadas situações pode ser uma regressão, ligada a fatos da infância em que o choro tenha “resolvido” o problema. Também podemos usar como exemplo a pessoa que costuma encarar situações difíceis com bastante ponderação, mas sobe na mesa aos berros ao ver um rato.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Racionalização</u>: o individuo cria argumentos intelectualmente convincentes, que visam justificar os estados “deformados” da consciência, ou seja, uma defesa que justifica as outras. O racional é usado na tentativa de explicar o irracional. Normalmente é normal que as pessoas tenham sentimento de culpa quando fazem algo que não deveriam ter feito, mas em muitos casos ao invés de admitirem a razão de seu comportamento, acabam argumentando a fim de criar razões plausíveis para seus atos. Como exemplo, o filho que pega dinheiro na bolsa da mãe sem permissão, e é pego em flagrante pela mãe, então o filho argumenta dizendo que estava precisando muito do dinheiro e que com certeza logo devolveria o valor.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Projeção</u>: o indivíduo projeta algo de si mesmo no mundo externo e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável. Sendo assim, podemos explicar a projeção como um processo pelo qual as características atribuídas ao “eu” são afastadas em direção a outras pessoas ou objetos. Um exemplo disso é o jovem que critica os colegas por serem muito competitivos e não se dá conta de que também o é, ás vezes até mais competitivo do que os colegas.</span></div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">* Fases do desenvolvimento psicossexual</span></b></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Para a compreensão das fases do desenvolvimento psicossexual, é indispensável que se conheça o conceito de Libido segundo Freud. Vamos a ele:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Libido é a energia dos instintos sexuais e somente deles”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Sabido isso, podemos começar a explicar as fases do desenvolvimento psicossexual. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Fase oral (0 a 2 anos)</u>: nessa fase acontece um direcionamento da libido para a zona oral, ou seja, a boca, lábios e a língua. É por meio da boca que o bebê começa a descobrir o mundo, e no começo da vida, essa é a zona de obtenção de prazer, ou seja, a boca é a zona erotizada. Nessa fase é normal o bebê levar os brinquedos a boca e querer morder tudo o que encontra, afinal de contas, está descobrindo o mundo, e usa a boca para essas descobertas.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Fase anal (2 a 4 anos)</u>: nessa fase a libido se direciona para a zona anal. É<span class="notranslate"> nessa fase que a criança começa a ser ensinada</span> <span class="notranslate">a controlar as fezes e a urina, sua atenção,</span> <span class="notranslate">frustração e compensação se focalizam no</span> <span class="notranslate">funcionamento anal. Sensações de prazer e</span> <span class="notranslate">desprazer associam-se tanto na expulsão</span> <span class="notranslate">como a retenção das fezes.</span> </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Fase fálica (4 a 6 anos)</u>: nessa fase a libido se direciona ao órgão sexual, sendo essa a zona erotizada. Os meninos elegem a mãe como objeto de desejo e as meninas elegem o pai, ocasionando o complexo de Édipo. Sendo a mãe o objeto de desejo do menino, o pai acaba sendo uma espécie de rival, mas ao mesmo tempo, o garoto tenta se espelhar no pai para conquistar a mãe. Posteriormente com medo da perda do amor do pai, “desiste” da mãe, ou seja, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo social e cultural, e o garoto pode então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. Na fase fálica a concentração das energias das pulsões na área genital deve-se, em parte, à crescente consciência e curiosidade natural da criança sobre as diferenças entre os sexos. Essa fase é marcada pelos questionamentos (fase dos porquês).</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Latência: (6 a 9 anos)</u>: nesse período acontece uma diminuição das atividades sexuais. Lembremos do complexo de Édipo onde a criança aprende certas regras e proibições, sendo assim, a Libido fica deslocada de seus objetivos sexuais. A criança poderá canalizar sua energia sexual para fins intelectuais e sociais. Neste período a um grande investimento na aprendizagem escolar e um desenvolvimento muito marcado a nível intelectual. As mudanças biológicas, intelectuais, lingüísticas e sociais, apesar de continuarem a processar-se, ocorrem de uma forma mais gradual do que até aí.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><u>Fase Genital (fase adulta):</u> nessa fase a zona erotizada não está mais no próprio corpo, mas sim no outro. Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais. A organização genital propriamente dita se instala na puberdade. É o estágio final do desenvolvimento libidinal instintual</span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-22464658070230308322011-02-23T19:10:00.000-08:002015-02-13T10:54:49.756-08:00Há vida sem cérebro? (segunda parte)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um organismo simples formado de uma única célula, digamos, uma ameba, não apenas está vivo mas se empenha em continuar vivo. Sendo uma criatura sem cérebro e sem mente, a ameba não sabe sobre as intenções de seu próprio organismo assim como nós sabemos sobre nossas intenções equivalentes. Porém, ainda assim a forma da intenção está presente, expressa na maneira como a criaturinha consegue manter em equilíbrio a composição química de seu meio interno, enquanto a sua volta pode estar havendo uma tremenda comoção.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
O que estou tentando mostrar é que o ímpeto de manter-se vivo não é uma propriedade exclusiva apenas de seres racionais, como nós, seres humanos. De um modo ou de outro, dos organismos simples aos complexos, a maioria dos seres vivos apresenta essa propriedade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que efetivamente varia é o grau em que os organismos tem conhecimento desse ímpeto. Poucos deles têm. Mas o ímpeto está presente, quer o organismo saiba disso ou não. Graças á consciência, os humanos são em grande parte cientes dele</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<b>Autor - <i>Antônio Damásio</i></b></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-26951836174656517392010-06-07T11:11:00.000-07:002015-02-13T10:55:05.773-08:00Há vida sem cérebro?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dor e prazer são parte de duas
genealogias diferentes da regulação da vida. A dor vincula-se a punição e a
comportamentos como o de retirada ou paralisação. O prazer, por outro lado,
vincula-se a recompensa e a comportamentos como o de busca e aproximação.<br />
<br />
A punição leva os organismos a retrair-se, paralisar-se, afastar-se do
seu meio. O prazer leva o organismo a descontrair-se, tornar-se receptivo,
aproximar-se de seu meio, buscá-lo, com isso aumentando suas chances de
sobrevivência, mas também sua vulnerabilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Essa dualidade fundamental
evidencia-se em criaturas simples e presumivelmente não conscientes, como a
anêmona-do-mar. Seu organismo desprovido de cérebro e equipado apenas com um
sistema nervoso simples, é pouco mais que um tubo digestivo com duas aberturas,
animada por dois conjuntos de músculos, alguns circulares, e outros
longitudinais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As circunstâncias em que a
anêmona-do-mar se encontra determinam o que esse organismo deve fazer: abrir-se
para o mundo – momento em que a água e nutrientes entram em seu corpo – ou
retrair-se em uma massa pequena quase imperceptível aos outros.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A essência da alegria e da
tristeza, da aproximação e do afastamento, da vulnerabilidade e da segurança é
tão evidente nessa dicotomia simples de um comportamento sem cérebro quanto na
volubilidade das oscilações emocionais de uma criança que brinca.<o:p></o:p></span></div>
<div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Autor - <i>Antônio Damásio</i></span></b></div>
</div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-10521953122188858792010-01-29T08:25:00.000-08:002015-02-13T10:55:28.318-08:00Very Heavy!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0dUnc4xmUInivW2Np0BAJpPmJTfHBmV8qE62iRJYkncMHcce953HMb8QWIk1DlqWx3GGKATNobDm-8fpJYLwZZiSa3W6otXV-EFUX-nTbxMmDcySX_QGDa_NY7w11uW-scXkd4Rj1FJYd/s1600-h/volume4.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0dUnc4xmUInivW2Np0BAJpPmJTfHBmV8qE62iRJYkncMHcce953HMb8QWIk1DlqWx3GGKATNobDm-8fpJYLwZZiSa3W6otXV-EFUX-nTbxMmDcySX_QGDa_NY7w11uW-scXkd4Rj1FJYd/s320/volume4.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440101681958596258" style="cursor: pointer; display: block; height: 271px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 362px;" /></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-style: italic;">Lashing out the action, returning the reaction</span><span style="font-style: italic;">, Weak are ripped and torn away</span><span style="font-style: italic;"> ,<br />
Hypnotizing power, crushing all that cower</span><span style="font-style: italic;">, Battery is here to stay!"</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Finalmente carvalho! O tão aguardado show do Metallica! Cerca de vinte e oito mil "headbenzes" como diria Gil Brother, gritaram, pularam e cantaram durante quase 3 horas seguidas!</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
Pouco antes das 22h a projeção dos telões mostrou cenas de um filme de faroeste e sua trilha sonora <i>"The ecstasy of gold", </i>que geralmente abre os shows da banda. Alguns instantes depois, Kirk Hammett (guitarra solo), James Hetfield (guitarra base e vocal) , Lars Ulrich (bateria) e Robert Trujilo (baixo) subiram ao palco e começaram a tocar Creepind Death. O público simplesmente enlouqueceu<span style="font-style: italic;">, </span>apesar do barro por todo o lado e da quantidade de gente, ficou impossivel não começar a pular.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
Ficou evidente a tentativa de juntar os maiores clássicos do repertório junto com as músicas novas (que se encaixam muito bem com o estilo das músicas antigas).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Além disso, tocaram músicas como: "The Memory Remains" do album "Reload" e que exige uma afinação diferente da tradicional.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi um show inesquecível, como todo o show do Metallica deve ser. Não da pra esquecer a energia que a banda passava, a multidão pulando e gritando, as labaredas de fogo que subiam do palco, os fogos de artifício sincronizados com os momentos especifícos de cada música, foi realmente foda.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
Muitas pessoas reclamaram do local, do barro e de outras coisas, não as culpo, até porque, o ingresso foi caro e a organização do show foi ZERO, porém, não se esqueçam que era um show de HEAVY METAL, queriam o que? Tudo asfaltadinho, jardins floridos nos cantos do palco e borboletas cantarolando? Porra... Não né!?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
SET LIST:<span style="font-weight: bold;"></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Creeping Death</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">For Whom The Bell Tolls</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ride The Lightning</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">The Memory Remains</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fade To Black</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">That Was Just Your Life</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">The End Of The Line</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">The Day That Never Comes</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sad But True</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cyanide</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">One</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Master Of Puppets</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Battery</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nothing Else Matters</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enter Sandman</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- - - - - - - -</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Die, Die My Darling</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Phantom Lord</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seek and Destroy</span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-345306733417620067.post-217508702847612272010-01-18T13:20:00.000-08:002015-02-17T08:05:21.781-08:00Hangloose - Guitar Technique<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg064I_wV7aHQlY0X-wvF7O7xt4LzZlhrZ3vaCYJBQumvn76mFT4Z8q0xdtOhF6Vg4XYFs2woXoVgk7BJYlRRCrptDJWeCArmj1DUS1rBLEZ6rWEWnuk5T6naWnbxKEVvLuNfXToM4XzIBA/s320/hangloose.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428199865464744610" style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; text-align: center;" /></div>
<br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Alguns dizem que eu plagiei Steve Vai ao fazer esse 'sinal' com as mãos, mas eu juro que isso é involuntário.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Essa foto é da época que eu tocava em uma banda chamada "The Bloody Revenge" (HAHAH que nome POSER, mas era massa), meus dedos acabavam formando algo com um '<i>hangloose</i>', mas eu fazia sem querer! </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Normalmente quando eu tinha que alcançar as notas das cordas mais graves eu acabava fazendo o <i>hangloose</i>, e o pessoal da banda comentava e achava engraçado. Por mais que eu tentasse me controlar, o <i>hangloose</i> aparecia, era uma maldição!</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">Fiquei curioso e procurei fotos de guitarristas famosos tocando ao vivo, em sites aleatórios, e encontrei uma do Steve Vai, e da pra notar que o cara também usa a "Técnica do </span><i style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">Hangloos</i><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">e ", fiquei feliz em saber que não sou o único que faço essa coisa tosca enquanto toco.</span></div>
<div>
<span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Fazer Hangloose e tocar ao mesmo tempo eu já sei, agora só falta alcançar o nível do Steve Vai. (sonha)</span></span></div>
Philippe Alencarhttp://www.blogger.com/profile/13408270469517171084noreply@blogger.com2